Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 8 de setembro de 2019
Dois seguranças acusados de torturarem um adolescente no supermercado Ricoy, em São Paulo (SP), estão presos. Nesse domingo (08), Valdir Bispo dos Santos se apresentou à polícia na 2ª Delegacia de Atendimento ao Turista no Aeroporto de Congonhas. O caso é investigado pelo 80° Distrito Policial.
O outro homem, David de Oliveira Fernandes, já está preso desde sexta-feira (06). A prisão deles foi pedida pela Polícia Civil e autorizada pela juíza Tatiana Saes Ormeleze, do Fórum Criminal da Barra Funda, no dia 05.
O inquérito sobre o caso foi instaurado após as imagens em que o rapaz, de 17 anos, aparece sendo chicoteado foram publicadas nas redes sociais. No vídeo, o adolescente está nu e amordaçado enquanto apanha. Ele é ameaçado pelos agentes de segurança do estabelecimento.
No último sábado (07), uma manifestação em frente ao Ricoy chamou atenção para a responsabilidade do supermercado pela tortura. As portas do local foram baixadas enquanto ocorria o ato. Uma faixa com os dizeres “Contra o genocídio” foi aberta em referência às mortes de pessoas negras.
Segundo a última edição do Atlas da Violência, estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 75,5% das vítimas de homicídio no país são negras.
A tortura é considerada crime hediondo e ocorre quando alguém é submetido, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental. A Lei 9.455, de 1997, prevê pena de 2 a 8 anos a quem cometer esse tipo de crime.