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Dólar acumula queda de 2,4% na semana; Bolsa brasileira fica estável

No mercado de bolsa, o Ibovespa, principal índice da B3, fechou perto da estabilidade, em leve queda de 0,03%, aos 122.446 pontos. (Foto: EBC)

Seguindo o padrão de correção de preços ao longo da semana, o dólar fechou em baixa de 0,13%, aos 5,91 reais, na sexta-feira(24). É o terceiro dia consecutivo em que a moeda é cotada abaixo dos 6 reais. A acomodação de preços após a onda de busca por proteção recente levou o dólar a acumular queda de 2,4% na semana, a maior desde agosto de 2024. No mercado de bolsa, o Ibovespa, principal índice da B3, fechou perto da estabilidade, em leve queda de 0,03%, aos 122.446 pontos.

No cenário internacional, a percepção de risco por parte dos investidores continua menor. Durante o dia, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que sua recente conversa com Xi Jinping, presidente da China, foi amigável e que ele acredita que será possível chegar a um acordo comercial com a potência asiática.

O aceno de Trump a uma trégua comercial logo no começo do mandato, após uma corrida eleitoral tomada por discursos duros contra diversos países, é um sinal verde para investidores desmontarem parte das operações de proteção em ativos considerados fortes, como o dólar, e aceitar a tomada de risco em países mais arriscados, como emergentes.

“O mercado parece estar em um momento de ajuste, calibrando discursos e dados econômicos”, afirma Christian Iarussi, especialista em mercado de capitais e sócio da The Hill Capital. “No curto prazo, a pressão inflacionária interna e o ambiente externo ainda indefinido devem manter o Ibovespa sob volatilidade. Contudo, o alívio do dólar pode ser um ponto positivo para mitigar quedas mais acentuadas.”

Para Luciano Costa, economista-chefe da Monte Bravo, havia grande expectativa dos investidores com a posse de Trump para seu segundo mandato, com anúncio de medidas prometidas já para os primeiros dias de governo. Elas foram colocadas na mesa, mas a leitura foi de que, apesar de aumento de tarifas, principalmente contra o México, o Canadá e a China, o objetivo é diferente do primeiro mandato.

“Esses aumentos estão sendo colocados como ferramenta de negociação, e não de instrumento de guerra comercial aberta como foi no primeiro mandato”, afirma ele. “Isso está aliviando a percepção de risco. É uma vitória da ala mais moderada da equipe econômica.”

No mercado nacional, a bolsa reage à divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), que funciona como “prévia” do indicador oficial da inflação no Brasil. “O resultado do IPCA-15 pressionou a curva de juros e gerou uma pressão baixista na bolsa”, afirma Luiz Felipe Bazzo, diretor do transferbank.

O dado de janeiro mostrou inflação de 0,11%, acima do previsto pelos analistas. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor de alimentação e bebidas foi o maior responsável pela inflação de janeiro, com alta de 1,06%.

Apesar da dinâmica da inflação, que segue preocupando o mercado, o “efeito Trump” contribuiu para o alívio na pressão vendedora na bolsa, com espaço para alta do Ibovespa. “A retórica de Trump tem sido mais branda e ajudou a ter uma descompressão geral do risco”, afirma Bruno Benassi, analista de Ativoe da Monte Bravo.

“Esse cenário ajuda a dinâmica de outros mercados, mesmo em um dia em que o IPCA-15 foi ruim, indicando que as pressões inflacionárias devem continuar e levar o Banco Central a chancelar as duas altas de 100 pontos (1 ponto
percentual nas próximas reuniões).”As informações são da Revista Veja.

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