O faturamento dos 20 principais times brasileiros atingiu R$ 6,9 bilhões em 2021. O montante é 35% maior do que os R$ 5,1 bilhões arrecadados por essas equipes no ano anterior. O levantamento foi realizado pela consultoria Sports Value, que se baseou nos balanços publicados pelos clubes no fim de abril.
Quem mais arrecadou foi o Flamengo, com R$ 1.082 bilhão, seguido por Palmeiras, Corinthians, Atlético-MG e Grêmio. O time mineiro, entretanto, publicou o seu balanço apenas dos seis primeiros meses.
De acordo com o estudo, apesar do crescimento, os valores devem diminuir este ano. Isso porque os números de 2021 trazem cifras que deveriam ter sido pagas em 2020 e não foram por causa da pandemia. Entre elas, algumas premiações e pagamentos de cotas de TV, que representaram nada menos que 50% deste faturamento.
Outro valor que ajudou para o aumento do faturamento foi patrocínios, que somaram R$ 830 milhões.
A alta do dólar e o bom desempenho de alguns clubes, principalmente o do Palmeiras, em competições internacionais também favoreceram para este número. As competições da Conmebol (Copas Libertadores e Sul-Americana e Recopa), pagam suas premiações em moeda americana.
Tanto a final da última edição da Sul-Americana quanto da Recopa, assim como as duas últimas da Libertadores foram disputadas por brasileiros. Somando as premiações – da fase de grupos até as finais –, além do Mundial de Clubes, cujo Palmeiras jogou em 2020 e 2021, os brasileiros ganharam US$ 115,5 milhões (R$ 650 milhões, levando em consideração o câmbio médio do ano passado).
“O dinheiro está voltando. Quem se organizou está performando e alguns times médios estão melhorando arrecadação. Mas, no ano que vem, esse número vai cair porque tivemos uns R$ 500 milhões a mais que eram referentes a 2020. Ou seja, existe sério risco dos clubes se enrolarem novamente”, diz Amir Somoggi, autor do levantamento.
Botafogo se destaca
Entre os clubes que disputaram apenas torneios nacionais, destaque para o Botafogo. Como balanço e estudo são de 2021, o clube ainda não contava com o aporte financeiro de John Textor, dono da SAF. Mesmo assim, o alvinegro conseguiu ter um ano superavitário pela primeira vez desde 2017: 78,4 milhões. Os regimes que possibilitaram renegociação de dívidas ajudaram o clube a se estabilizar.
Embora tenha sido campeão da Série B, o Botafogo não faturou nenhuma premiação pelo título. Por outro lado, recebeu, ainda no primeiro trimestre, valores referentes a cotas de TV do Brasileiro de 2020, quando foi rebaixado. Além disso, de acordo com o relatório alvinegro, a redução de despesas operacionais e de custos no futebol também foram fundamentais para o superávit do clube.
Com o fechamento no positivo, o Botafogo passou de quarto para quinto clube com maior dívida do País (R$ 862,9 milhões), atrás de Atlético-MG (R$ 1,260 bilhão), Cruzeiro (R$ 1,020 bilhão), Corinthians (R$ 912 milhões) e Internacional (R$ 864,2 milhões).