Segunda-feira, 20 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 30 de maio de 2015
O dólar fechou em alta ante o real nessa sexta-feira e encerrou maio com avanço, diante de expectativas de que o BC (Banco Central) continue no mês que vem com sua política de reduzir a intervenção no mercado de câmbio. A moeda norte-americana subiu 0,74%, a 3,1873 reais na venda, maior nível de fechamento desde 31 de março, quando foi a 3,1909 reais. Em maio, a divisa acumulou avanço de 5,78%, no oitavo período de valorização dos últimos nove meses.
O giro financeiro ficou em torno de 1,4 bilhão de dólares nesta sessão, segundo dados da BM&F. A pressão cambial tende a continuar no médio prazo, à medida que se aproxima o aumento de juros nos Estados Unidos e diante da menor atuação do BC. No entanto, alguns veem espaço para alívio no curto prazo.
O BC tem afirmado repetidamente que o estoque de swaps cambiais já atende à demanda por proteção do mercado financeiro brasileiro, alimentando expectativas de que pode rolar cada vez menos contratos daqui para frente. Neste mês, a autoridade monetária rolou cerca de 70% dos contratos que expira em junho e o próximo lote, que expira no dia 1 de julho, equivale a 8,742 bilhões de dólares.
“Eu não me surpreenderia se o BC acelerasse a desmontagem dessa política [de swaps cambiais]”, afirmou a economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif. “É óbvio que quando você anuncia o fim do programa, você gera volatilidade, mas a alta do dólar é um movimento global e cíclico, não faz sentido manter o programa.”
A perspectiva de alta dos juros nos EUA vem pressionando o câmbio globalmente. Nesta sessão, contudo, a expectativa de que o banco central norte-americano, o FED, deverá elevar os juros ainda este ano, perdeu um pouco de força, após a maior economia do mundo contrair no primeiro trimestre.
“Se estivéssemos em um momento de maior volatilidade, se houvesse o temor de uma espiral mais forte no câmbio, faria sentido [manter o programa]. Hoje, esse grau de volatilidade da moeda traz preocupação? Não”, acrescentou Zeina.
PIB
A alta do dólar nesta sessão foi corroborada também pela contração do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil no primeiro trimestre do ano. Embora a queda tenha vindo menor que o esperado, investidores viram nos detalhes do relatório sinais de que a economia brasileira não voltará a crescer tão cedo.