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Dólar cai ao menor patamar em um mês, após dados de inflação nos Estados Unidos; Bolsa brasileira sobe

O dólar comercial encerrou essa quarta-feira (15) vendido a R$ 6,024. (Foto: Freepik)

O dólar fechou em queda nessa quarta-feira (15), aos R$ 6,02, o menor nível em um mês. Investidores acompanharam os dados de inflação dos Estados Unidos desta semana e a notícia do cessar-fogo entre Israel e Hamas. O Ibovespa, principal índice acionário da Bolsa de Valores brasileira, teve forte alta, de quase 3%.

Após 467 dias de guerra em Gaza e quase 48 mil mortos, o tratado entra em vigor no domingo (19). Esse é o segundo acordo de trégua desde o início do conflito em outubro de 2023, que intensificou as tensões no Oriente Médio.

No cenário doméstico, a divulgação de que o Tesouro Nacional, a Previdência Social e o Banco Central registraram déficit primário menor que o previsto em novembro foi bem recebida. No mês retrasado, o Governo Central registrou déficit de R$ 4,515 bilhões, queda de 88,7% em relação a novembro de 2023 e o melhor resultado mensal para novembro em três anos.

O principal fator a contribuir para a realidade do governo veio dos Estados Unidos. A divulgação de que a inflação ao consumidor ficou em 0,4% em dezembro trouxe alívio ao mercado global. Apesar de o índice ter acelerado em relação ao 0,3% registrado em novembro, o núcleo da inflação, que retira os preços de alimentos e de energia, caiu de 0,3% em novembro para 0,2% no mês passado.

A queda no núcleo da inflação aumentou as chances de o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) cortar os juros básicos dos Estados Unidos ainda este semestre. Juros mais baixos em economias avançadas estimulam a migração de capitais para países emergentes, como o Brasil.

Mercados

A inflação nos EUA e seus possíveis efeitos na política de juros do Federal Reserve (Fed) continuam a impactar os mercados. Segundo o Departamento de Trabalho dos EUA, a inflação ao consumidor subiu 0,4% em dezembro, acima da expectativa de 0,3%. Em 12 meses, a inflação ficou em 2,9%, conforme esperado.

Na véspera, o Departamento do Trabalho dos EUA indicou que o índice de preços ao produtor (PPI) subiu 0,2% em dezembro, após um aumento revisado de 0,4% em novembro. Em 12 meses, o índice avançou 3,3%.

Com os núcleos mais comportados, porém, o mercado entende que o Fed pode realizar mais cortes de juros este ano. Juros mais baixos nos EUA diminuem a rentabilidade dos títulos públicos do país, considerados os mais seguros do mundo, e podem tirar a força do dólar frente a outras moedas, incluindo o real.

Por outro lado, o presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, disse nesta quarta que ainda acredita que a inflação está progredindo em direção à meta de 2%, e que está particularmente encorajado pela recente flexibilização da inflação relacionada ao setor imobiliário e otimista quanto à continuidade da desaceleração econômica em 2025.

Ao mesmo tempo, Goolsbee afirmou, durante um fórum sobre perspectivas econômicas no Fed de Chicago, que os sinais recentes de arrefecimento da inflação são desanimadores, porque se encaixam no que tem sido um padrão persistente de melhorias sazonais nas pressões sobre os preços.

Esse cenário de dólar forte e juros mais altos do que o previsto nos EUA fica ainda mais evidente com a eleição de Donald Trump para a Casa Branca.

O novo presidente dos EUA promete uma agenda protecionista, priorizando a atividade interna e limitando a concorrência estrangeira. Isso pode pressionar a inflação e impedir novos cortes de juros pelo Fed.

Além disso, a temporada de balanços corporativos nos EUA começa com a divulgação dos resultados de BlackRock, Citigroup, Goldman Sachs, J.P. Morgan e Wells Fargo nessa quarta.

No Brasil, o destaque é a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) de novembro, divulgada pelo IBGE. O setor de serviços apresentou uma retração de 0,9% no mês, contra a expectativa de recuo de 0,3%. Apesar disso, o setor deve ter encerrado 2024 com desempenho positivo.

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