Muitos brasileiros que estão planejando viagens internacionais neste fim de ano têm se preocupado com a variação do dólar. A moeda norte-americana tem se mostrado volátil nos últimos meses, com picos de alta, e o cenário para os próximos meses é incerto. A vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos trouxe uma incógnita ainda maior.
Na última quarta-feira (6), após a vitória do candidato republicano, um erro da ferramenta de acompanhamento em tempo real de cotações do Google mostrava o dólar ultrapassando os R$ 6. No entanto, a moeda não chegou a esse patamar e era negociada em R$ 5,70. No último dia 1º de novembro, por exemplo, o dólar atingiu os R$ 5,87, maior patamar desde maio de 2020.
“Se a tendência de alta continuar, há possibilidade de o dólar se estabilizar na casa dos R$ 6,00, o que exigiria medidas adicionais de política monetária para mitigar os impactos na economia brasileira”, avalia Felipe Vasconcellos, sócio da Equus Capital.
Mas, afinal, para aqueles que já estão com uma viagem marcada para o exterior no fim do ano, como se preparar? Ainda vale se antecipar e comprar a moeda americana? Ou faz mais sentido realizar os gastos diretamente no cartão (aguardando, assim, a cotação do fechamento da fatura) quando já estiver em viagem?
Douglas Ferreira, Head de FX Desk da Planner Corretora de Valores, recomenda ir adquirindo a moeda aos poucos, fazendo um preço médio. “Dessa forma, o viajante minimiza o impacto das oscilações, evitando comprar tudo de uma só vez em um momento de alta. Mesmo havendo a possibilidade de uma eventual queda do dólar depois da compra, essa estratégia faz sentido, na medida em que reduz a exposição a variações bruscas”, aconselha.
Entre as opções de pagamento no exterior, Ferreira aponta que a compra de dólar em espécie ou a abertura de uma conta no exterior são as mais vantajosas. Ele lembra que o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para compras de dólar “em cash” e nas transferências de mesma titularidade para contas no exterior é de 1,1%, enquanto o uso de cartão de crédito internacional tem uma alíquota mais alta, de 4,38%.
Fundos cambiais
Segundo Ferreira, outra opção de proteção contra uma alta repentina do dólar é investir em fundos cambiais, que aplicam 80% em ativos ligados à moeda americana. “Essa pode ser uma forma de se proteger contra as oscilações do câmbio e garantir maior tranquilidade durante a viagem”, explica. “Com o cenário cambial incerto, a melhor estratégia é o planejamento financeiro, dividindo a compra da moeda em várias etapas e buscando opções que minimizem o impacto do IOF”.
E, para quem vai para países que não sejam os Estados Unidos e que, portanto, não possuem o dólar americano como moeda? Segundo Ferreira, mesmo nesses casos, a aquisição da moeda americana pode ser uma boa opção. “O dólar é a moeda de maior liquidez no mundo. Se o viajante vai para um país fora do eixo Estados Unidos-Europa, é recomendável a aquisição de dólar espécie”. As informações são do portal de notícias Terra.