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Dólar desaba e fecha cotado a R$ 5,75, com alívio nas tarifas de Trump

Com o resultado, a moeda americana acumulou queda de 2,71% na semana e no mês e perdas de 6,86% no ano. (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

O dólar fechou em queda nessa quarta-feira (5), a R$ 5,75, em dia mais curto de operações no Brasil por conta da Quarta-Feira de Cinzas. As negociações tiveram início às 13h. Ao longo da sessão, investidores reagiram aos novos desdobramentos do “tarifaço” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A Casa Branca informou nessa tarde que os automóveis importados do Canadá e do México ficarão isentos de taxas por um mês – o que animou o mercado.

A notícia veio após passarem a valer, na terça-feira (4), tarifas de 25% sobre todos os produtos dos dois países, assim como uma taxa adicional de 10% sobre todas as importações da China. As nações responderam com ameaças e novas tarifas em retaliação aos EUA, o que gerou um estresse generalizado nos mercados.

Porém, nesta quarta, a mudança no tom das comunicações do governo norte-americano melhorou o humor dos investidores, levando os mercados globais a operarem em terreno positivo.

Mais cedo, antes do anúncio da Casa Branca, o secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, havia dito que o país iria anunciar medidas de alívio nas tarifas para alguns setores e que as taxas poderiam ser retiradas caso Canadá e México limitassem a entrada de imigrantes ilegais nos EUA.

Diante do cenário, o Ibovespa, principal índice acionário da Bolsa de Valores brasileira, a B3, fechou em alta.

Dólar

O dólar recuou 2,71%, cotado em R$ 5,7559. Com o resultado, acumulou: queda de 2,71% na semana e no mês; e perdas de 6,86% no ano. Na última sexta-feira (28), a moeda americana havia tido alta de 1,50%, cotada a R$ 5,9162.

Ibovespa

Já o Ibovespa subiu 0,20%, aos 123.047 pontos. Com o resultado, o índice acumulou: ganhos de 0,20% na semana e no mês; e ganhos de 2,30% no ano. Na sexta, o índice havia registrado baixa de 1,60%, aos 122.799 pontos.

Mercados

O que está mexendo com os mercados? Depois de um dia de quedas generalizadas nas bolsas internacionais por conta dos temores de guerra comercial de Trump, o mercado passou a operar com maior otimismo diante do tom mais ameno do governo norte-americano.

Além das declarações do secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, de que Trump poderia anunciar alívio nas tarifas, a Casa Branca informou a suspensão de taxas sobre importações de automóveis do Canadá e do México por um período de um mês.

Segundo a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, Trump conversou com os presidentes de três grandes montadoras — a Ford, a General Motors (GM) e a Stellantis —, avisando-os que deveriam mover a produção do Canadá e do México para os EUA.

“Falamos com as três grandes concessionárias de automóveis. […] Vamos dar uma isenção de um mês para qualquer automóvel que venha pelo USMCA”, afirmou Trump em comunicado, referindo-se ao acordo de livre comércio da América do Norte, negociado em seu primeiro mandato.

Mais cedo, Howard Lutnick disse que tarifas recíprocas mais amplas ainda viriam em 2 de abril, mas de forma escalonada, com algumas sendo cobradas imediatamente e outras levando semanas ou meses antes de serem impostas.

A perspectiva de que os EUA podem ser mais flexíveis com a política tarifária agrada o mercado porque diminui a cautela com a possível pressão inflacionária decorrente das medidas.

Taxas maiores aos produtos que chegam aos EUA tendem a elevar os preços dos insumos e produtos no país, encarecendo a produção de diversas cadeias produtivas e os preços para o consumidor final — movimento que pode pressionar a inflação americana.

Uma inflação maior nos EUA pode levar o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) a elevar suas taxas de juros.

Isso aumentaria, também, a rentabilidade dos títulos públicos do país, considerados os mais seguros do mundo, o que leva investidores a retirarem seu dinheiro de ativos de risco e migrarem para esses títulos, influenciando o preço do dólar e, consequentemente, a inflação em todo o mundo. As informações são do portal de notícias G1 e da agência de notícias Reuters.

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