Segunda-feira, 01 de julho de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Economia Dólar dispara e fecha a R$ 5,58, após nova fala de Lula sobre o Banco Central; alta no semestre é de 15%

Compartilhe esta notícia:

Moeda norte-americana acumula ganho de 6,46% no mês. (Foto: Freepik)

O dólar fechou em alta nessa sexta-feira (28), encerrando o primeiro semestre de 2024 com valorização de mais de 15%. Cotada a R$ 5,58, a moeda americana chegou ao maior patamar desde 10 de janeiro de 2022 (R$ 5,6742). Com o resultado, acumula: avanço de 2,71% na semana; ganho de 6,46% no mês; e alta de 15,17% no ano.

O câmbio teve um novo dia ruim após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltar a criticar o Banco Central (BC). Em entrevista à rádio O Tempo, Lula disse que o patamar de juros no Brasil “vai melhorar” quando ele indicar o próximo presidente do BC.

Luan Aral, especialista em câmbio da Genial Investimentos, afirma que isso traz receio ao mercado, que entende a fala como uma sinalização de que o novo presidente vai promover quedas forçadas na taxa básica de juros, a Selic.

Ainda no cenário doméstico, o BC divulgou um resultado negativo para as contas do setor público consolidado de maio, com o déficit primário subindo para R$ 63,9 bilhões.

Além disso, o mercado repercute a divulgação do índice PCE no país, o indicador de inflação favorito do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e que dá dicas sobre o rumo dos juros por lá. O número recuou ligeiramente em maio para 2,6% interanual, conforme esperado pelo mercado.

Mercados

“Em meio a novos ataques do presidente Lula ao Banco Central, ao denominar a Selic em 10,5% como ‘irreal’, e dizer que a taxa de juros deve melhorar com o novo presidente do BC, o câmbio reage à maior percepção de risco, e receio de politização na conduta da política monetária”, explica José Alfaix, economista da Rio Bravo Investimentos.

Além disso, a divulgação do resultado consolidado do setor público revelou um déficit superior às projeções. “O que se vê é uma trajetória de crescimento da dívida que preocupa, ao mesmo tempo em que carece a urgência de ajustes fiscais. A piora da percepção de risco fiscal e institucional é transferida diretamente para o câmbio, sendo o principal motor da alta”, diz Alfaix.

Também nessa sexta, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a taxa de desemprego no Brasil foi de 7,1% no trimestre encerrado em maio, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua.

Com os resultados, o número absoluto de desocupados teve queda de 8,8% contra o trimestre anterior, atingindo 7,8 milhões de pessoas. Na comparação anual, o recuo é de 13%.

Nesta semana, não foi a primeira vez que as falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) repercutiram nos mercados. Na quinta (27), o presidente criticou as perspectivas de investidores e do mercado financeiro sobre uma aposta no enfraquecimento do real e em uma piora da economia brasileira.

“Quem estiver apostando em derivativo vai perder dinheiro nesse país. As pessoas não podem ficar apostando no fortalecimento do dólar e no enfraquecimento do real”, declarou.

“Eu já vi isso em 2008. Quem não lembra a quantidade de empresa que quebrou? Quem não lembra o que aconteceu com a Sadia, a Aracruz? As pessoas achavam que era importante ganhar dinheiro apostando no fortalecimento do dólar e quebraram a cara. E vão quebrar outra vez”, seguiu Lula.

Também nesta semana, Lula já havia criticado a condução dos juros por parte do BC em entrevista ao portal UOL. Novamente, o foco de investidores foi em saber quem será o sucessor de Roberto Campos Neto na cadeira da presidente da instituição no ano que vem.

Sobre Gabriel Galípolo, diretor do BC indicado por seu governo e um dos mais cotados para a posição, Lula disse que “é um companheiro altamente preparado, conhece sistema financeiro. Mas ainda não estou pensando na questão do Banco Central.”

“Eu não indico presidente do Banco Central para o mercado. Ele vai ter que tomar conta dos interesses do Brasil. Mercado tem que se adaptar a isso”, argumentou Lula.

O presidente também abordou as contas públicas, e disse que o governo está fazendo uma análise dos cortes de gastos que podem ajudar a equilibrar as contas.

Lula disse garantir que não tomará medidas que mexam em salário mínimo e em benefícios sociais — por exemplo, desobrigando a correção desses valores pela inflação do período. “Garanto, salário mínimo não será mexido enquanto eu for presidente da República”, disse.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Economia

Banco Central contribui para alta do dólar ao falar que não vai intervir, diz estrategista-chefe de gestora de investimentos
Lula diz que fará ajuste fiscal “necessário”, mas não “em cima do pobre”
https://www.osul.com.br/dolar-dispara-e-fecha-a-r-558-apos-nova-fala-de-lula-sobre-o-banco-central-alta-no-semestre-e-de-15/ Dólar dispara e fecha a R$ 5,58, após nova fala de Lula sobre o Banco Central; alta no semestre é de 15% 2024-06-28
Deixe seu comentário
Pode te interessar