O dólar teve nessa quarta-feira (19) a sua 7ª queda consecutiva, com desvalorização de 0,43%, cotado a R$ 5,64. Trata-se do menor valor desde 14 de outubro do ano passado (R$ 5,58), refletindo a postura de expectativa dos investidores em relação a decisões sobre juros no Brasil e nos Estados Unidos. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores do País, encerrou o dia em alta de 0,79%, aos 132.508 pontos.
Durante a tarde, o Federal Reserve (FED), banco central dos Estados Unidos, havia anunciado a manutenção das taxas de juros entre 4,25% e 4,5% ao ano, em linha com o esperado pelo mercado.
Já no Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulgou no início da noite a nova taxa básica de juros (Selic). As expectativas se confirmaram: aumento de 1 ponto percentual, elevando a taxa para 14,25% ao ano, maior nível em quase 20 anos.
As decisões de juros nos dois países foram observadas com atenção. O motivo é que ambas influenciam diretamente o controle da inflação e os níveis de atividade econômica.
Tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, o mercado já espera uma desaceleração econômica devido aos juros elevados. No entanto, a magnitude dos aumentos no Brasil e a duração das taxas altas no cenário norte-americano podem causar um desaquecimento mais acentuado.
Dólar
O dólar fechou em queda de 0,43%, cotado a R$ 5,6474. Veja mais cotações. Com o resultado, acumula queda de 1,67% na semana, recuo de 4,54% no mês e desvalorização de 8,61% no ano. No dia anterior, a divisa havia fecheado em sessão em baixa de 0,25%, cotada a R$ 5,67.
Bolsa
O Ibovespa encerrou em alta de 0,79%, aos 132.508 pontos. Com o resultado, acumula alta de 2,75% na semana, avanço de 7,91% no mês e valorização de de 10,16% no ano. Na véspera, o índice havia subido 0,49%, aos 131.475 pontos.
Fatores
As decisões de juros dos Bancos Centrais do Brasil e dos Estados Unidos foram os principais destaques do pregão dessa quarta-feira (19). Os dados foram monitorados com atenção redobrada, pois juros mais altos tornam o crédito mais caro, reduzindo o consumo e ajudando no controle da inflação, ainda que esse efeito demore alguns meses para ser sentido na economia.
Durante a tarde, o FED decidiu manter as taxas de juros entre 4,25% e 4,5% ao ano. Os dirigentes da instituição indicaram que as incertezas econômicas aumentaram, mas sinalizaram dois possíveis cortes de juros ainda neste ano.
Economistas têm alertado sobre os impactos das tarifas aplicadas pelo presidente norte-americano, Donald Trump. Algumas tarifas estão em vigor, enquanto outras foram suspensas. Essas taxas podem aumentar a inflação nos Estados Unidos, já que elevam os custos de produção e podem ser repassados ao consumidor final.
Além disso, a incerteza causada pelas tarifas e ameaças tem prejudicado a confiança dos consumidores, levantando temores de desaceleração ou até recessão na maior economia do mundo.
Em paralelo, o mercado também repercutiu o Boletim Macrofiscal, divulgado nessa quarta-feira pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda. O órgão estimou que a economia brasileira terá uma desaceleração neste ano, mas que isso não impedirá um novo estouro da meta de inflação.
Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, a projeção permaneceu em 2,3% de alta, o que representa uma expansão menor que a registrada no ano passado, quando a economia teve expansão de 3,4%. Já para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, considerado a inflação oficial do País), a SPE elevou sua projeção de 4,8% para 4,9%. (com informações de O Globo)