Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de junho de 2024
O dólar fechou a sexta-feira (14) cotado a R$ 5,38, com alta de 0,25%, encerrando uma semana marcada por forte variação das cotações, em meio a ruídos sobre o cenário fiscal no País e à decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) de indicar apenas um corte para os juros no país até o fim do ano. Na montanha-russa de preços dos últimos dias, a moeda americana oscilou de R$ 5,27 a R$ 5,43 durante os negócios.
Com o resultado, o dólar acumulou na semana ganho de 1,08%, levando a valorização no mês para 2,50%. “Tivemos hoje (sexta) participantes do mercado defendendo a agenda de Haddad (Fernando Haddad, ministro da Fazenda). Isso trouxe algum alívio, mas a gente continua a ver um câmbio em nível bem depreciado por conta das incertezas fiscais”, disse o economista-chefe da Monte Bravo, Luciano Costa. “O mercado ainda espera medidas e uma declaração mais clara de Lula (presidente Luiz Inácio Lula da Silva) dando apoio à agenda de ajustes de despesas.”
Costa afirmou que o mercado percebeu um “discurso mais coordenado” do governo depois que o câmbio fechou a quarta-feira em R$ 5,40. No dia seguinte, Haddad se reuniu com a ministra do Planejamento e do Orçamento, Simone Tebet, para discutir o que seria uma cesta de propostas de revisão de gastos a ser levada ao presidente Lula, tendo em vista que a equipe econômica precisa enviar até agosto ao Congresso o projeto de Orçamento de 2025.
Haddad saiu desse encontro com Tebet falando em adotar “um ritmo mais intenso” de trabalho em torno da pauta e fazer uma “revisão ampla, geral e irrestrita” das propostas para reduzir despesas.
Febraban
Em meio à desconfiança do mercado, Haddad voltou a se reunir na sexta, em São Paulo, com representantes dos maiores bancos do País. Estavam presentes Luiz Carlos Trabuco, presidente do conselho do Bradesco; André Esteves (do BTG Pactual); Milton Maluhy (Itaú Unibanco); Marcelo Noronha (Bradesco) e Mário Leão (Santander), além do presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney.
O presidente da Febraban explicou que o encontro foi o quarto de uma série de reuniões periódicas realizadas entre banqueiros do setor privado e o ministro da Fazenda desde o ano passado para tratar da conjuntura econômica. Ele disse que a reunião não foi motivada pelos “últimos acontecimentos”, se referindo aos questionamentos que ganharam força ao longo da semana sobre o compromisso do governo com as regras do arcabouço fiscal.
“Mas nós, aqui, estivemos também para reafirmar um apoio institucional ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, porque nós enxergamos nele todo o engajamento, uma determinação e uma firmeza na busca do equilíbrio fiscal”, disse Sidney.
O executivo afirmou ainda que a Febraban se colocou à disposição para contribuir com o debate das medidas para ajuste das contas públicas. “Essa direção passa por várias medidas que já estão sendo tomadas pelo atual governo e outras medidas que estão sendo discutidas, como a imprensa tem conhecimento.”
Bolsa
As falas de apoio da Febraban ajudaram, mas não foram suficientes para recolocar o Ibovespa no patamar dos 120 mil pontos, e a Bolsa de Valores fechou praticamente estável – alta de 0,08%, aos 119,6 pontos. O principal índice de referência da Bolsa acumula até aqui desvalorização de 1,99%, em junho, e de 10,82% no ano.