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Economia Dólar fecha a R$ 6,17 após nova intervenção do Banco Central e com reunião de líderes no radar

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A disparada do câmbio refletia o estresse do mercado com as medidas de corte que ficaram mais distantes do seu objetivo.

Foto: EBC
A disparada do câmbio refletia o estresse do mercado com as medidas de corte que ficaram mais distantes do seu objetivo. (Foto: EBC)

O dólar à vista encerrou as negociações dessa quinta-feira (26) com uma queda de 0,09%, sendo cotado a R$ 6,1794. A leve depreciação aconteceu após o Banco Central (BC) realizar leilões de dólares para aliviar a pressão sobre a moeda norte-americana no mercado de câmbio.

A intervenção foi anunciada pela autoridade monetária na segunda-feira (23), quando a divisa americana encerrou o dia com uma valorização de 1,86%. A disparada do câmbio refletia o estresse do mercado com as medidas de corte de gastos que ficaram mais distantes do seu objetivo final após o Congresso diluir a proposta de ajuste fiscal apresentada pelo governo.

A situação influenciou em novas projeções para a inflação e para os juros do País. Em seu último relatório, divulgado na segunda-feira, o Boletim Focus projetou uma inflação de 4,91% no fim de 2024 e de 4,84% para 2025. Há quatro semanas, as estimativas eram de 4,63% e de 4,34%, respectivamente.

Já para a Selic, as apostas do mercado apontam para uma taxa básica de juros em torno de 14,75% ao ano no fim de 2025. “O real encerra 2024 como a sexta moeda que mais se desvalorizou no mundo, refletindo os desafios econômicos enfrentados pelo País”, diz Eurico Ribeiro, gerente comercial da B&T Câmbio.

Saída de dólares

A saída de dólares do País entre os dias 2 e 19 de dezembro, de US$ 14,699 bilhões, é a maior para o período na série histórica do Banco Central (BC), iniciada em 2008. Considerando exatamente os primeiros 19 dias do mês, a maior saída até agora, de US$ 12,651 bilhões, havia sido registrada em dezembro de 2019.

Os primeiros 19 dias de dezembro de 2024 também têm a segunda maior saída de dólares pelo canal financeiro na série histórica para o período. Ao todo, deixaram o Brasil US$ 14,903 bilhões por essa via. O recorde, nesse caso, é do mesmo período de 2019, quando a saída alcançou US$ 16,769 bilhões, na mesma base de comparação.

Na última quinta-feira (19), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que a saída de dólares do País está ocorrendo em ritmo superior ao da média dos últimos anos. O fluxo financeiro foi destacado, inclusive de pessoa física, além dos pagamentos de dividendos acima da média. “O fluxo de dólares está bastante negativo”, disse o banqueiro central, que atribuiu a esse fluxo negativo parte das intervenções feitas pelo BC no câmbio.

Desde o dia 12, a autoridade monetária já realizou sete leilões à vista de dólares, injetando o total de US$ 16,760 bilhões no mercado. Campos Neto e o diretor de política monetária e futuro presidente do BC, Gabriel Galípolo, afirmaram durante entrevista coletiva do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) que a instituição seguirá atenta ao mercado para prover liquidez.

Galípolo brincou, no entanto, dizendo que não haveria “guidance” (projeção) para a atuação do BC no câmbio, como já indicou para os próximos passos dos juros. Galípolo atua hoje como presidente interino da instituição já que Campos Neto está em recesso até o fim de seu mandato, em 31 de dezembro.

Considerando os meses fechados de dezembro, a saída de US$ 14,699 bilhões em fluxo cambial total contabilizada até o último dia 19 já seria a segunda maior da história, atrás apenas de 2019 (US$ 17,612 bilhões). Com informações do Estadão Conteúdo e G1.

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