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Economia Dólar fecha em alta de mais de 2% e volta a ficar acima de 3 reais

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Dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou em alta de 1,61%, cotado em 3,039 reais na venda. Já o comercial, usado no comércio exterior, subiu 2,27%, para 3,052 reais. Foto: Richard Lewisohn/Folha Imagem

Após quatro quedas seguidas do dólar em relação ao real, o mercado de câmbio passou por um dia de ajuste nessa segunda-feira. O movimento foi apoiado pelas preocupações em torno do aperto de liquidez pelo qual passa atualmente a Grécia. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou em alta de 1,61%, cotado em 3,039 reais na venda. Já o comercial, usado no comércio exterior, subiu 2,27%, para 3,052 reais.
A valorização da moeda norte-americana ocorreu também no mercado externo. Entre as 24 principais divisas emergentes, apenas duas subiram frente ao dólar dos EUA: a lira turca (+0,28%) e o dólar de Hong Kong (+0,02%). Entre as dez divisas mais fortes do mundo, somente a libra esterlina ganhou (0,85%).

 

Grécia
Ministros das Finanças da Zona do Euro se reuniram nessa segunda-feira para discutir um possível acordo que traga alívio à Grécia.
Ao final do encontro, eles elogiaram o progresso nas negociações entre a Grécia e seus credores em um acordo que liberaria mais recursos a Atenas em troco de reformas econômicas, mas afirmaram que é necessário mais trabalho para resolver as diferenças que estão bloqueando um acordo abrangente.
O ministro grego, Yanis Varoufakis, afirmou que as chances de que se chegue a um acordo agora são baixas, mas o país não atrelou à essa reunião o pagamento da parcela de 750 milhões de euros ao FMI (Fundo Monetário Internacional) que vence na terça-feira.
Uma fonte do governo grego disse que a nação já teria pago a parcela do empréstimo. “O maior motivo de cautela não é se a Grécia conseguirá pagar as parcelas do empréstimo concedido pelo FMI, mas, sim, se o governo daquele país acatará às duras exigências que o fundo impôs ao conceder o empréstimo. Corte na previdência, redução dos gastos públicos e outras medidas de austeridade vão contra o plano de governo do novo primeiro-ministro grego”, declarou o gerente de câmbio
da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.
Juro norte-americano
Galhardo citou ainda que a incerteza em relação ao juro norte-americano exerce pressão adicional ao câmbio. “Os diretores do Fed [Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos] já afastaram a possibilidade de uma alta na taxa básica de juros daquele país antes da segunda metade deste ano, mas um aumento parece inevitável no segundo semestre”, afirmou.
Uma alta da taxa norte-americana deixaria os títulos do Tesouro dos EUA – que são remunerados por esse índice e considerados de baixíssimo risco – mais atraentes do que aplicações em mercados emergentes, provocando uma saída de recursos dessas economias. A menor oferta de dólares tenderia a pressionar a cotação do dólar para cima.
Banco Central brasileiro
A atuação do BC (Banco Central) no câmbio também seguiu no radar dos investidores. Nessa segunda-feira, a autoridade monetária brasileira rolou para 2016 os vencimentos de 8,1 mil contratos que estavam previstos para o início de junho, em um leilão que movimentou 392,9 milhões de dólares. A operação é equivalente à venda futura de dólares.
Se mantiver esse ritmo até o fim de maio, o BC rolará apenas 80% do lote total de contratos de swap com vencimento no início do próximo mês, que corresponde a 9,656 bilhões de dólares.
China
A alta da moeda dos EUA ocorreu a despeito da notícia de corte nos juros da China no fim de semana pela terceira vez em seis meses. A medida do governo chinês visa estimular a economia daquele país, que é o principal parceiro comercial do Brasil.
“O corte de juros na China tem duas interpretações. Por um lado é bom, porque estimula a economia. Por outro, indica que os chineses estão realmente enfrentando problemas para manter o forte crescimento, o que é negativo para o Brasil. Menor crescimento da China implica em menos compra de matérias-primas e produtos brasileiros”, disse Galhardo.
As ações preferenciais da Vale, mais negociadas e sem direito a voto, tiveram uma forte valorização de 2,92%, para 19,05 reais cada uma. A China é o principal destino das exportações da mineradora brasileira.
Apesar da alta da Vale, o Ibovespa (principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo), encerrou o pregão com ligeiro ganho de 0,08%, aos 57.197 pontos. O volume financeiro foi de 6,627 bilhões de reais.  (Folhapress)

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