Sexta-feira, 17 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 14 de dezembro de 2021
O dólar fechou em alta nesta terça-feira (14), refletindo força da divisa norte-americana no exterior em meio a expectativas pela sinalização de política monetária do Federal Reserve (Fed) nesta quarta (15). A moeda norte-americana subiu 0,40%, cotada a R$ 5,6937. É o maior patamar de fechamento desde 13 de abril (R$ 5,7161).
Na segunda-feira (13), a moeda norte-americana fechou em alta de 1,01%, a R$ 5,6711 Com o resultado desta terça, o dólar passou a acumular alta de 1% no mês. No ano, o salto é de 9,76% frente ao real.
O Banco Central realizou nesta sessão leilão de venda conjugado com leilão de compra de moeda estrangeira no mercado interbancário de câmbio, no valor de até US$ 1 bilhão. A autarquia também ofertou até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para rolagem do vencimento de 1° de fevereiro de 2022.
Cenário
Na cena externa, os investidores se concentravam nas reuniões de política monetária de vários bancos centrais importantes e ficavam atentos aos desenvolvimentos em torno da variante ômicron do coronavírus.
A expectativa de investidores é de que o Federal Reserve (Fed), dos Estados Unidos, anuncie a aceleração do ritmo de redução de suas compras mensais de títulos, à medida que o mercado de trabalho norte-americano dá sinais contínuos de aperto e a inflação segue em patamares elevados.
Por aqui, a ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central apontou inflação acima da meta em 2022 e 2023, acrescentando que a taxa básica de juros poderá ser elevada para um nível mais alto ainda. Na reunião realizada na semana passada a Selic foi elevada para 9,25% ao ano, o maior patamar em mais de quatro anos.
O IBGE informou nesta terça que o volume de serviços prestados no Brasil caiu 1,2% em outubro, na segunda retração mensal consecutiva. O setor ainda acumula avanço de 11% no ano. Em 12 meses, registra alta de 8,2%, alcançando a maior taxa da série histórica, iniciada em dezembro de 2012.
A agência de classificação de risco Fitch Ratings reafirmou nesta terça a nota de crédito soberano do Brasil em moeda estrangeira em “BB-“, com perspectiva negativa, a qual por sua vez reflete riscos negativos à economia, às finanças públicas e à trajetória da dívida.
Na cena política, as atenções seguem voltadas para a votação da PEC dos Precatórios. O Congresso Nacional promulgou na semana passada a parte comum aprovada pelos deputados e pelos senadores.
Previsões do mercado
Após 35 semanas seguidas de aumento, os economistas do mercado financeiro reduziram a estimativa para a inflação de 2021, de 10,18% para 10,05%, segundo o boletim Focus do Banco Central divulgado nesta segunda.
A melhora na previsão do mercado para a inflação desse ano aconteceu após a divulgação do IPCA de novembro, que desacelerou para 0,95%, após ter registrado taxa de 1,25% em outubro. O resultado veio um pouco abaixo do que o esperado pelo mercado financeiro.
Para 2022, o mercado manteve em 5,02% a estimativa de inflação. Com isso, a inflação segue acima do teto do sistema de metas para o ano que vem, que é de 5%.
Já a previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 2021 foi reduzida mais uma vez, de 4,71% para 4,65%. Para 2022, a projeção de avanço passou de 0,51% para 0,50%.
A expectativa para a taxa básica de juros da economia ao final de 2022 foi elevada de 11,25% para 11,50%. Por fim, a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2021 subiu de R$ 5,56 para R$ 5,59. Para o fim de 2022, permaneceu em R$ 5,55 por dólar.