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Dólar está cotado a 5 reais e 8 centavos e a Bolsa Brasileira bate quarto recorde consecutivo no volume de negócios

No ano, o avanço da moeda norte-americana é de 0,12% ante o real. (Foto: EBC)

A liquidação de dólares prosseguiu nesta quarta-feira (2) e derrubou a moeda norte-americana abaixo da importante linha psicológica dos 5,10 reais, com analistas avaliando que a cotação poderá perder o suporte de 5 reais se dados nos Estados Unidos a serem divulgados até o fim da semana vierem mais fracos que o esperado.

O dólar à vista caiu 1,20%, a 5,0843 reais na venda. É o menor patamar desde 17 de dezembro (5,0782 reais). Ao longo do dia, a moeda variou de 5,1756 reais (+0,57%) a 5,0676 reais (-1,53%). O real ficou entre as três divisas que mais se valorizaram nesta sessão em todo o mundo.

Em dois dias de forte baixa, a moeda acumula desvalorização de 2,70%. A divisa recua em seis das últimas oito sessões, período em que tem perda de 5,06%. A última vez que o dólar fechou abaixo de 5 reais foi em 10 de junho de 2020 (4,9398 reais).

As vendas de dólares foram ditadas novamente por um movimento de “compra de Brasil”, a exemplo dos últimos dias – sobretudo na véspera, quando dados melhores do PIB provocaram um rali nos ativos domésticos. Nesta quarta, o Ibovespa fechou em nova máxima recorde, de quase 130 mil pontos (segundo dados preliminares), e os juros futuros de longo prazo chegaram ao fim da tarde em quedas de 10 pontos-base.

“Estou vendo todo mundo comprar real”, afirmou um gestor de fundo em São Paulo, que se diz “construtivo” na venda de dólar.

Segundo ele, há forte fluxo no mercado físico, com exportadores internalizando recursos, até então deixados lá fora, pela melhora do custo de oportunidade de se aplicar no país e também para não correr o risco de entrar no mercado local com o dólar ainda mais fraco.

Outros países exportadores de commodities também têm visto aumento de vendas externas e de seus termos de troca, além de melhor crescimento econômico. Mas o que pode deixar o real em destaque global, segundo analistas, é toda a depreciação sofrida pela moeda nos últimos anos, que a deixou atrás em relação a seus pares e com espaço para alta.

Apesar dos ganhos recentes, o real ainda está quase 17% mais fraco que o peso mexicano no acumulado dos últimos dois anos. A moeda mexicana é muitas vezes vista como a principal concorrente do real no mundo emergente.

Ibovespa

Foi por pouco, mas a Bolsa brasileira não conseguiu chegar aos 130 mil pontos. Mesmo assim, bateu seu quarto recorde consecutivo e o índice Ibovespa fechou esta quarta-feira (2) em alta de 1,04%, a 129.601 pontos. A maior alta do dia foi registrada pela PETR3 (ou Petrobras ON), que subiu 4,96%. O fator mais claro para explicar esse movimento é o aumento de 1,45% na cotação do petróleo tipo Brent, o que favoreceu a empresa.

Todavia, analistas consultados pelo blog Radar Econômico, da revista Veja, comentam que quando a ação de tipo ON de uma mesma companhia tem performance superior à preferencial (no caso, a PETR4), este é um sinal de entrada de investidores estrangeiros na Bolsa brasileira. “Uma das principais contribuições positivas do dia foi a Petrobras ON em relação à preferencial, o que representa o ingresso investidor externo”, analisa Filipe Villegas, estrategista da Genial Investimentos.

A alta de ações como Bradesco (3,90%), Banco do Brasil (3,59%) e Itaúsa (3,28%) também revelam o apetite dos investidores estrangeiros. “Costumo dizer que os bancos são a porta de entrada e a porta de saída do capital estrangeiro. Aliados à alta da PETR3, é possível afirmar que o novo recorde do Ibovespa teve participação relevante desses investidores”, argumenta Villegas.

Mais uma vez, a BRF figurou entre as principais altas do dia, de 4,11%. “Especula-se que a Marfrig esteja comprando posição na BRF, e hoje esse fenômeno se repetiu. Foram negociadas 14,8 milhões de ações da companhia, um número bem expressivo para os padrões”, conta Luiz Henrique Wickert, analisa de investimentos da sim;paul. As informações são da agência de notícias Reuters e da revista Veja.

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