O dólar recuou nesta sexta-feira (25), engatando a oitava sessão seguida de queda e renovando o menor patamar desde março de 2020, em meio ao constante fluxo de investimentos estrangeiros para o Brasil, que oferece uma taxa de juros atraente.
A moeda norte-americana fechou em queda de 1,77%, cotada a R$ 4,74. É o menor patamar de fechamento desde 11 de março de 2020 (R$ 4,72). Com o resultado desta sexta, acumulou queda de 5,37% na semana e já perdeu 7,94% no mês. No ano, tem baixa de 14,86% frente ao real.
Bovespa
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou o dia quase estável, aos 119.081,13 pontos, com leve alta de 0,02%, no oitavo avanço seguido. É o maior nível da Bolsa em seis meses, desde 1º de setembro (119.395,60 pontos). Na semana, a Bolsa ganhou 3,27%, emendando a segunda alta semanal consecutiva.
Mercados
No exterior, os preços do petróleo seguiram negociados ao redor de US$ 120. A alta nos preços das commodities e da energia após a invasão da Ucrânia pela Rússia alimentam os temores de aumento da inflação no mundo todo e provocam preocupações com a desaceleração do crescimento econômico.
Países exportadores de commodities, porém, vistos como menos vulneráveis às tensões geopolíticas, como os da América Latina, incluindo o Brasil, têm se beneficiado da disparada dos preços de várias commodities.
Os juros em patamares elevados no Brasil e o diferencial em relação aos juros nos EUA e outras economias também têm contribuído para o fluxo de dólares para o país e para a valorização do real em 2022. O Brasil possui atualmente a segunda maior taxa de juros reais no mundo, atrás somente da Rússia.
A taxa básica de juros saiu de uma mínima histórica de 2%, atingida durante a pandemia, para os atuais 11,75%. E a taxa deve continuar a subir, atingindo 12,75%, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) em maio, segundo sinalização do Banco Central.
Nos Estados Unidos, país de referência global para investimentos, a taxa básica de juros está numa faixa entre 0,25% e 0,50%, após o Federal Reserve ter promovido aperto de 0,25 ponto percentual na semana passada.
Na agenda do dia, o IBGE divulgou que o IPCA-15, considerado uma prévia da inflação oficial, ficou em 0,95% em março, a maior taxa para o mês desde 2015, puxada pelos preços dos alimentos.
Já a FGV mostrou que a confiança do consumidor voltou a cair em março, com a insatisfação sobre a situação financeira familiar atingindo o menor desde abril de 2016.