O dólar fechou na sexta-feira em queda pelo quarto dia, com investidores minimizando a recuperação da criação de empregos nos Estados Unidos em abril e concentrando-se no aumento menor que o esperado da renda média por hora, que pode ser um sinal de que a inflação ainda não está ganhando ímpeto na maior economia do mundo.
No mercado à vista, referência para as negociações no mercado financeiro, o dólar teve queda de 1,84% no dia e de 0,67% na semana, para R$ 2,991 na venda. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, recuou 1,38% no dia e 0,96% na semana, para R$ 2,984.
Na quarta-feira, outro indicador norte-americano havia mostrado que o setor privado dos EUA abriu 169 mil vagas de trabalho no mês passado, menor número desde janeiro de 2014 e muito abaixo das expectativas de analistas.
Ambos os resultados podem abrir espaço para o Federal Reserve (banco central dos EUA) manter os juros em seu atual patamar por mais tempo, enquanto espera para ver sinais mais consistentes de que a inflação está acelerando em direção a sua meta. A taxa básica de juros naquele país está, desde 2008, entre 0% e 0,25% ao ano –menor nível histórico.
Uma alta dos juros norte-americanos deixaria os títulos do Tesouro dos EUA – que são remunerados por essa taxa e considerados de baixíssimo risco– mais atraentes do que aplicações em mercados emergentes, provocando uma saída de recursos dessas economias.
A menor oferta de dólares tenderia a pressionar a cotação a divisa norte-americana para cima, por isso a possibilidade de que o aumento demore mais para ocorrer tem efeito contrário no mercado, estimulando a queda na cotação do dólar sobre o real.