O dólar fechou em alta nesta sexta-feira (28), encerrando o primeiro semestre deste ano com alta de mais de 15%. Cotada a R$ 5,5884, a moeda americana chegou ao maior valor desde 10 de janeiro de 2022. Naquela oportunidade chegou a R$ 5,6742. Já o Ibovespa teve queda de 0,32%, aos 123.907 pontos.
O câmbio teve um novo dia ruim após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltar a criticar o Banco Central do Brasil (BC). Em entrevista para uma emissora de rádio, Lula disse que o patamar de juros no Brasil “vai melhorar” quando ele indicar o próximo presidente do BC.
Ele afirmou que o atual patamar da taxa básica Selic, de 10,50% ao ano, é “irreal” diante de uma inflação que está controlada. Lula também pontuou que Campos Neto foi indicado pelo governo anterior, de Jair Bolsonaro, e disse que o presidente do BC “não está fazendo o que deveria ter feito corretamente”.
Ao tratar do câmbio, cobrou providências do BC. “Por que o dólar está subindo? Porque tem especulação com derivativos na perspectiva de valorizar o dólar e desvalorizar o real. E o Banco Central tem a obrigação de investigar isso”, disse.
Por sua vez, após afirmar na véspera que pronunciamentos recentes de Lula têm impactado negativamente os preços, Campos Neto disse nesta sexta-feira que ajustes fiscais muito focados em ganho de receita são menos eficientes e podem ter como resultado menor investimento, menor crescimento econômico e inflação mais alta.
Ainda no cenário doméstico, o BC divulgou um resultado negativo para as contas do setor público consolidado de maio, com o déficit primário subindo para R$ 63,9 bilhões.
Além disso, o mercado repercute a divulgação do índice PCE no País, o indicador de inflação favorito do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e que dá dicas sobre o rumo dos juros por lá. O número recuou ligeiramente em maio para 2,6% interanual, conforme esperado pelo mercado.