O dólar fechou em queda nesta segunda-feira (17), a R$ 5,68. Foi o menor patamar da moeda americana desde novembro, quando fechou em R$ 5,6752. A segunda-feira também foi positiva para o Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores, que fechou em alta de 1,46%, aos 130.834 pontos. A bolsa chegou ao maior patamar desde outubro, quando atingiu os 131.212 pontos.
O mercado aguarda com otimismo as decisões de juros dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos na próxima quarta-feira, enquanto seguem atentos aos desdobramentos do “tarifaço” do presidente americano, Donald Trump.
No Brasil, investidores esperam que o Banco Central (BC) anuncie mais uma alta de 1 ponto percentual da taxa básica de juros, que atualmente está em 13,25% ao ano. Assim, a taxa Selic deve atingir o maior patamar desde o governo Dilma Rousseff.
Também nesta “Superquarta”, dia em que as decisões de juros do Brasil e dos EUA coincidem, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve manter suas taxas de juros entre 4,25% e 4,50% ao ano.
As indicações de juros das duas instituições serão observadas com atenção porque impactam diretamente a economia e o comportamento do mercado financeiro. Juros altos por um período longo podem ajudar a reduzir a inflação, mas costumam causar uma desaceleração na atividade econômica.
Entre os indicadores, o mercado repercute a divulgação do Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB), e de novos dados de varejo e indústria dos EUA.
Por fim, no cenário externo o mercado segue repercutindo o “tarifaço” do presidente dos EUA, Donald Trump, e analisa o “plano de ação especial” anunciado pela China para estimular o consumo interno, com medidas que incluem o aumento da renda das famílias e a criação de um subsídio para cuidados infantis.
Ao final da sessão, o dólar recuou 0,99%, cotado a R$ 5,6863, no menor patamar desde 7 de novembro, quando marcou R$ 5,6752. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,6658. Já o Ibovespa encerrou em alta de 1,46%, aos 130.834 pontos, no maior patamar desde outubro do ano passado. Na sexta, o índice teve alta de 2,64%, aos 128.957 pontos.
Os mercados começaram a semana em compasso de espera por decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos. Dados do último Boletim Focus — relatório do BC que reúne as projeções de economistas do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos do país — divulgado nesta segunda, por exemplo, indicam que o mercado espera um IPCA acumulado de 5,66% em 2025.
Apesar de representar uma desaceleração em relação à projeção anterior, de 5,68%, o número, se concretizado, marca uma inflação muito acima do teto da meta do BC. A meta é de 3% para a inflação anual e será considerada cumprida se o IPCA acumulado ficar entre 1,5% e 4,5%.
Assim, a expectativa do mercado é de uma alta de 1 ponto percentual (p.p.) para a taxa Selic nesta reunião, levando-a ao patamar de 14,25% ao ano — o maior desde o governo Dilma, em 2015.
Juros maiores tornam a tomada de crédito mais cara e, por isso, tendem a reduzir o consumo da população, o que pode tirar a pressão sobre a inflação e desacelerar a economia. No entanto, o efeito de uma decisão do Copom demora alguns meses até ser sentido na economia real.
Nesse sentido, investidores também repercutem a divulgação do IBC-Br, considerado uma prévia do PIB brasileiro. O indicador registrou uma expansão de 0,9% em janeiro, no melhor resultado desde junho de 2024 e acima do esperado pelo mercado (0,2%).
Na comparação com janeiro do ano passado, o indicador alcançou aumento de 3,6%, segundo o BC. Já em doze meses até janeiro de 2025, o crescimento foi de 3,8%.
Já no exterior, as atenções ficam voltadas para o Federal Reserve, que também deve anunciar sua decisão de juros nesta semana.
Nesse caso, a estimativa é que a instituição mantenha as taxas inalteradas entre 4,25% e 4,50% ao ano. Os EUA também vivem um período de inflação acima da meta (em torno de 3% ao ano, enquanto a meta é de 2%), com uma estabilização dos índices de preços no patamar mais elevado.
Além disso, há temores de que a política tarifária de Donald Trump, que vem impondo uma série de taxas de importação sobre diversos produtos que chegam aos EUA, também gere uma maior pressão sobre os preços — já que taxas maiores encarecem o custo dos produtos, o que pode ser repassado ao consumidor.
Por isso, o mercado acredita que o Fed deve manter a cautela com seus juros, para evitar uma inflação fora do controle no país.
Em contrapartida, produtos mais caros podem levar a uma redução no consumo dos norte-americanos, provocando uma desaceleração ou até uma recessão da atividade econômica da maior economia do mundo. As informações são do portal de notícias g1.