O dólar subiu 1,18%, e fechou cotado a R$ 5,3806 nesta quarta-feira (26), na terceira alta seguida. As expectativas do mercado são de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) mantenha a Selic, taxa básica de juros, em 13,75% ao ano. Já no exterior, as perspectivas são de que os Estados Unidos desacelerem o ritmo de alta dos juros.
No dia anterior, a moeda americana reportou variação positiva de 0,29% e fechou cotada a R$ 5,3179, chegando a bater a máxima de R$ 5,3577 ao longo do dia. Com o resultado desta quarta-feira, acumula queda de 0,25% no mês e de 3,52% no ano frente ao real.
Copom e juros
O Copom se reúne nesta quarta-feira para decidir sobre os rumos da política monetária no Brasil. “A expectativa do mercado é de que a taxa Selic seja mantida em 13,75% ao ano, sem nenhum movimento de redução, uma vez que os indicadores econômicos têm apresentado leve melhora”, afirma Acilio Marinho, especialista da Trevisan Escola de Negócios.
Os juros também são ponto de atenção no exterior, com o aumento das perspectivas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) possa desacelerar o ritmo de altas em suas taxas, hoje entre 3,00% e 3,25% ao ano, depois da instituição elevar os juros em 0,75 ponto percentual em sua última reunião.
A alta nas taxas americanas beneficia os títulos públicos do país, que passam a entregar uma rentabilidade mais atrativa. Por serem considerados os ativos mais seguros do mundo, com retornos mais expressivos, esses títulos se tornam o destino de muitos investidores, principalmente em cenários de incertezas econômicas e políticas em nível global.
Tal movimento favorece o dólar em detrimento dos ativos de risco, como as próprias moedas de países emergentes, caso do real.
Reino Unido
Ainda no exterior, o novo primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, assumiu o poder nesta terça-feira (25) e afirmou que seu país enfrentará “tempos difíceis”, sinalizando que deve liderar com linha dura a política econômica. Nesta manhã, o ministro das Finanças do país alegou que a entrega do plano fiscal foi adiada para 17 de novembro.
Já no cenário doméstico, além do Copom, a atenção dos investidores continua com a reta final da corrida eleitoral presidencial, a três dias do segundo turno, e no aumento das tensões políticas. Para o mercado, os atos do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) podem pesar contra a campanha de reeleição de Jair Bolsonaro (PL). Jefferson atacou policiais federais que foram cumprir um mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).