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Economia Dólar recua e encerra o primeiro pregão do ano a R$ 6,16, o menor valor em dez dias

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O dólar recuou 0,28%, cotado a R$ 6,1624.

Foto: Reprodução
No primeiro pregão de 2025, investidores repercutiram novos dados dos Estados Unidos e seguiram de olho no cenário fiscal brasileiro. (Foto: Reprodução)

O dólar fechou em queda nessa quinta-feira (2), cotado a R$ 6,16, o menor valor em dez dias. No primeiro pregão de 2025, investidores repercutiram novos dados dos Estados Unidos e seguiram de olho no cenário fiscal brasileiro – fator que continua a pressionar os mercados.

Em dia de pouca movimentação por conta das festas de fim de ano, destaque para os pedidos semanais de seguro-desemprego nos EUA, cujos números vieram abaixo das expectativas. Também ficaram no radar do mercado os últimos dados divulgados pela China, que mostram um crescimento em ritmo menor que o esperado.

No Brasil, investidores seguiram de olho no quadro fiscal, após o pacote de corte de gastos anunciado pelo governo em novembro de 2024 frustrar as expectativas do mercado. O cenário é de desconfiança em relação à sustentabilidade das contas públicas.

O governo precisa reduzir os gastos porque tem uma meta de zerar o déficit público – ou seja, gastar o mesmo tanto que arrecada em 2025. São as regras definidas pelo arcabouço fiscal, o conjunto de normas para controle das contas públicas. Diante do cenário, o dólar encerrou 2024 com uma alta de 27,35% frente ao real. Foi a maior valorização anual do dólar desde 2020, quando subiu 29,36%, no contexto da pandemia de Covid-19.

Além das contas públicas brasileiras, também contribuíram para o resultado do último ano fatores externos como conflitos internacionais, a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos e o nível de juros norte-americanos. O Ibovespa foi impactado pelo mesmo cenário e registrou perdas de 10,36% no acumulado do ano.

Para analistas da XP Investimentos, o saldo de déficit de R$ 6,6 bilhões em novembro como uma “forte melhora”, principalmente devido ao desempenho do governo central, cujo déficit caiu de R$ 38,9 bilhões para R$ 5,7 bilhões.

“Isso se deve a uma combinação dos efeitos das medidas de aumento de receita, maior atividade econômica e inflação e taxa de câmbio depreciada (que favorece a arrecadação de impostos). Esperamos que o setor público consolidado tenha um déficit de R$ 49,7 bilhões (0,4% do PIB) em 2024, e que a dívida bruta do governo geral atinja 78,1% do PIB”, diz o corretora.

No fim de 2024, o Congresso concluiu a tramitação do pacote de cortes de gastos proposto pelo governo federal. A ideia inicial era economizar R$ 71,9 bilhões nos próximos dois anos, e um total de R$ 375 bilhões até 2030. Segundo cálculos do Ministério da Fazenda, no entanto, as mudanças feitas pelo Congresso devem ter um impacto de R$ 2,1 bilhões, reduzindo a economia para R$ 69,8 bilhões.

Em café da manhã com jornalistas, no último dia 20, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que as mudanças feitas pelos parlamentares não comprometem a conta final feita pelo governo.

“Fala-se em ‘desidratação’, mas havia expectativa de parte dos analistas que poderia haver ‘hidratação’ [aumento da potência dos cortes de gastos]. Os ajustes feitos na redação não afetam o resultado final. Mantém na mesma ordem de grandeza os valores encaminhados pelo Executivo”, afirmou Haddad.

O mercado, porém, contesta os números. Para a XP Investimentos, o potencial de economia fiscal recuou de R$ 52 bilhões para R$ 44 bilhões.

“Apesar da direção correta, vemos o pacote como insuficiente para garantir o atingimento das metas de resultado primário e, principalmente, a manutenção do limite de despesas do arcabouço fiscal nos próximos anos”, informa um relatório da empresa.

O governo precisa reduzir os gastos para atingir a meta de zerar o déficit público. O arcabouço também estipula que o governo deve começar a arrecadar mais do que gasta a partir de 2026, para controlar o endividamento público. As informações são do portal de notícias g1.

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