O dólar fechou em queda de 0,25% nessa terça-feira (18), a R$ 5,67 alcançando o menor patamar desde outubro do ano passado, quando bateu R$ 5,66. O Ibovespa encerrou em alta de 0,49%, aos 131.475 pontos.
O fortalecimento do câmbio brasileiro veio diante da falta de surpresas com a proposta que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda. O mercado já havia repercutido negativamente a medida no fim de novembro.
O projeto, segundo o governo, deve beneficiar mais de 10 milhões de contribuintes, que recebem até R$ 5 mil por mês e deixarão de pagar o imposto. Para compensar a perda de arrecadação, o governo propôs taxar os super ricos, ou seja, pessoas com renda mensal superior a R$ 50 mil.
Durante a assinatura da medida, Lula afirmou que o “projeto é neutro” e “não amplia em um centavo a carga tributária brasileira”.
Além disso, o mercado também repercutiu o noticiário internacional, com foco para a aprovação de uma proposta que permite um aumento maciço no endividamento estatal na Alemanha, com o objetivo de reforçar a defesa do país.
Os analistas de mercado acreditam que a expansão fiscal poderá impulsionar a maior economia da Europa e estimular o crescimento em toda a região. O euro, inclusive, ganhou força nas últimas semanas por causa disso.
Os investidores também ficaram de olho no telefonema do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao presidente russo Vladmir Putin, para tentar um acordo que coloque fim à guerra na Ucrânia.
Na conversa, a Rússia concordou em interromper os ataques à infraestrutura elétrica da Ucrânia durante 30 dias, mas disse que só aceitará um cessar-fogo total após a interrupção completa da ajuda militar e de inteligência das potências ocidentais a Kiev.
Por fim, também estão no radar as decisões sobre as taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos, que devem ser divulgadas na quarta-feira (19).
Mercado
O principal destaque no noticiário dessa terça ficou com o anúncio do governo brasileiro sobre o projeto de lei que amplia a isenção do IR para quem recebe até R$ 5 mil por mês. A medida ainda depende do aval do Congresso Nacional e, se aprovada, deve entrar em vigor apenas em 2026.
O governo também propôs ampliar a faixa de isenção para R$ 3.036 neste ano, para acompanhar o reajuste do salário mínimo. Atualmente, a faixa de isenção está em R$ 2.824.
Apesar do anúncio mais detalhado nesta terça-feira, a medida não trouxe grandes surpresas ao mercado, que já havia reagido à medida em novembro.
Durante a assinatura do projeto, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que terá “lealdade” com o governo, mas não deixará de fazer mudanças no texto e de cobrar responsabilidade fiscal. Para o mercado, a fala pode significar uma trava a mais no perigo dos gastos públicos.
Os investidores também estão na expectativa sobre as decisões de juros no Brasil e nos EUA, nesta quarta-feira (19).
Os dados são monitorados de perto porque juros mais altos tornam o crédito mais caro, reduzindo o consumo e ajudando a controlar a inflação. Mas esse efeito demora alguns meses para ser sentido na economia.
No Brasil, investidores esperam que o Banco Central (BC) anuncie mais uma alta de 1 ponto percentual da taxa básica de juros, que hoje está em 13,25% ao ano. Assim, a taxa Selic deve atingir o maior patamar desde o governo Dilma Rousseff.
Já nos EUA, nesta “Superquarta”, dia em que as decisões de juros do Brasil e dos EUA coincidem, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve manter suas taxas de juros entre 4,25% e 4,50% ao ano.
Dados do último Boletim Focus — relatório do BC que reúne as projeções de economistas do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos do país —, divulgado nesta segunda-feira, indicam que o mercado espera um IPCA acumulado de 5,66% em 2025.
O número representa uma leve desaceleração em relação à projeção anterior de 5,68%, mas ainda está bem acima da meta do BC, que é de 3% ao ano (e margem de tolerância entre 1,5% e 4,5%).
Já no noticiário internacional, as atenções ficaram voltadas para a aprovação de um projeto de reforma fiscal na Alemanha, que vai permitir um aumento maciço de gastos com defesa e a criação de um fundo de 500 bilhões de euros para infraestrutura.
A Alemanha e outros países europeus têm sido pressionados a reforçar suas defesas diante da hostilidade da Rússia e das mudanças nos Estados Unidos sob o comando do presidente Donald Trump, que os líderes europeus temem que possam deixar o continente exposto.
Ainda no exterior, o telefonema entre Trump e Putin também ficou sob os holofotes, bem como os desdobramentos das novas tarifas impostas pelo presidente norte-americano aos seus parceiros comerciais. (Portal G1)