Quinta-feira, 05 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 4 de dezembro de 2024
Ao final da sessão, o dólar recuou 0,13%, cotado a R$ 6,0477.
Foto: FreepikO dólar voltou a fechar em queda nesta quarta-feira (4), à medida que investidores monitoravam eventuais desdobramentos do quadro fiscal brasileiro e repercutiam sinais de desaceleração da economia dos Estados Unidos. Ao final da sessão, o dólar recuou 0,13%, cotado a R$ 6,0477. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, encerrou em queda de 0,04%, aos 126.087 pontos. Na véspera, o índice encerrou em alta de 0,72%, aos 126.139 pontos.
No cenário doméstico, as falas do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ficaram na mira do mercado, em meio às expectativas pela aprovação do pacote fiscal. Além disso, novos números da indústria brasileira também seguiram no radar, após o indicador registrar uma queda de 0,2% em outubro.
Também no cenário interno, uma pesquisa da Quaest com agentes do mercado financeiro mostra que a reprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a 90%. De acordo com o levantamento, apenas 3% dos agentes econômicos veem com bons olhos a gestão do petista. Outros 7% consideram a atuação do mandatário regular.
Já a avaliação do mercado sobre o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em específico, é mais positiva do que negativa. A atuação de Haddad é considerada positiva por 41% dos entrevistados e negativa por 24%.
A pesquisa ouviu economistas de 105 fundos de investimento em São Paulo e no Rio de Janeiro entre os dias 29 de novembro e 3 de dezembro. Como é uma consulta com público específico, sem cálculo de amostragem, o levantamento não tem margem de erro estimada nem índice de confiabilidade. No exterior, o foco ficou com os novos de atividade nos Estados Unidos.
Sem grandes destaques no noticiário doméstico, o cenário fiscal continuava a fazer preço nos mercados. Investidores voltaram as atenções para novas falas de Lira e Haddad, que participaram durante a tarde de um evento promovido pelo portal “Jota”, em Brasília.
O presidente da Câmara, Arthur Lira, afirmou que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de liberar o pagamento de emendas parlamentares afetou o clima na Casa e que, neste momento, o governo não teria votos para aprovar a urgência dos projetos de lei do pacote fiscal. Ainda assim, garantiu que a medida será aprovada nas próximas semanas.
“Temos que tratar esse assunto [pacote fiscal] com toda a seriedade, o que não está sendo fácil, porque tem muitas variáveis que estão acontecendo que não dependem só da vontade do Congresso e não estão ajudando no encaminhamento da sensibilidade política nesse momento”, disse.
Já Haddad falou sobre o pacote fiscal anunciado pelo governo na última semana e defendeu que o aumento da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil é uma medida neutra, e não populista.
“Dizem que a reforma da renda é populista, mas ela é neutra do ponto de vista fiscal, como a reforma do consumo é neutra. Não estamos pretendendo arrecadar mais ou menos, mas tributar melhor”, afirmou Haddad.