Após operar em baixa durante boa parte do pregão de sexta-feira, o dólar retomou o fôlego no final do dia e fechou em leve alta, influenciado por operações pontuais de compra da moeda norte-americana e por cautela em relação às atuações do Banco Central no câmbio, segundo operadores. O dólar comercial, usado no comércio exterior, encerrou o dia em leve alta de 0,13% sobre o real, cotado a R$ 2,998 na venda. Já o dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve desvalorização de 0,49%, para R$ 2,988. Ambos chegaram a ser negociados na casa dos R$ 2,97 ao longo do dia. Na semana, o dólar comercial subiu 0,47%, enquanto o dólar à vista recuou 0,11%.
Na sexta-feira, o BC (Banco Central) rolou para 2016 os vencimentos de 8,1 mil contratos que estavam previstos para o início de junho, em um leilão que movimentou US$ 393,6 milhões. A operação é equivalente à venda futura de dólares. Se mantiver esse ritmo até o final de maio, o BC rolará apenas 80% do lote total de contratos de swap com vencimento no início do próximo mês, que corresponde a US$ 9,656 bilhões. Nos meses anteriores, a rolagem estava sendo de 100% dos contratos.
A queda do dólar durante boa parte do dia refletiu o desempenho da indústria norte-americana, que se deteriorou pelo quinto mês consecutivo em abril, alimentando expectativas de que o Federal Reserve (banco central americano) possa postergar o aumento no juro básico daquele país.
A produção industrial dos EUA caiu 0,3% no mês passado, enquanto o mercado esperava por estabilidade ou ligeiro aumento de 0,1%, segundo dados divulgados pelo Fed nesta sexta. A leitura preliminar de maio do índice de confiança do consumidor americano calculado pela Universidade de Michigan também decepcionou ao apontar 88,6 pontos, enquanto a expectativa era de 96.
Os dados menos otimistas na economia norte-americana podem fazer com que o Fed demore mais para subir os juros nos EUA, que desde 2008 estão em seu menor patamar histórico, entre 0% e 0,25% –uma medida tomada para amenizar os efeitos negativos da crise e estimular uma retomada econômica naquele país.