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Brasil Dólar sobe 6% no mês e fecha a R$ 5,78, maior valor em mais de três anos

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No mês de outubro, acumula uma valorização de mais de 6%.

Foto: Freepik
No mês de outubro, acumula uma valorização de mais de 6%. (Foto: Freepik)

O dólar encerrou em alta de 0,31% nesta quinta-feira (31), e fechou aos R$ 5,7813. Esse é o maior patamar da moeda americana desde 9 de março de 2021 (R$ 5,7919). No mês de outubro, acumula uma valorização de mais de 6%, conforme investidores continuam esperando por notícias do governo federal sobre um novo pacote de cortes de despesas do governo. Em meio a todo esse cenário, o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, encerrou em queda.

Os agentes econômicos analisaram também os novos números do mercado de trabalho brasileiro, que registrou a segunda menor taxa de desocupação da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado reforça a percepção de que o mercado de trabalho muito aquecido possa gerar pressão na inflação.

Com tudo isso em consideração, o mercado refaz os cálculos para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC), que acontece na próxima semana. A expectativas dos analistas é de nova alta de 0,5 ponto percentual da taxa de juros brasileira, justamente para esfriar uma possível alta de preços.

No exterior, os dados de inflação dos Estados Unidos do índice de preços PCE, o preferido do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), foi divulgado nesta quinta, em linha com as projeções dos economistas. A principal questão, portanto, foi a incerteza com o quadro da corrida presidencial norte-americana, conforme as eleições se aproximam cada vez mais.

Ao final da sessão desta quinta, o dólar avançou 0,31%, cotado a R$ 5,7813 e renovou o maior patamar em mais de três anos. Com o resultado, acumulou alta de 1,34% na semana; avanço de 6,14% no mês; e ganho de 19,14% no ano.
No dia anterior, a moeda avançou 0,04%, cotada a R$ 5,7634. Já o Ibovespa encerrou em queda de 0,71%, aos 129.713 pontos. E com o resultado, acumulou queda de 0,14% na semana; perdas de 1,59% no mês; e recuo de 3,33% no ano. Na véspera, o índice encerrou em baixa de 0,07%, aos 130.639 pontos.

Os bons números do mercado de trabalho, com uma forte redução da taxa de desemprego, voltaram a surpreender o mercado. “ Essa é uma taxa baixa para os padrões históricos brasileiros, confirmando a robustez do mercado de trabalho”, diz Claudia Moreno, economista do C6 Bank .

Apesar disso, a economista explica que a queda do desemprego “desafia o controle da inflação de serviços”, o que pode gerar uma taxa de juros ainda maior para o Brasil.

“ Se por um lado isso significa que existem mais pessoas ocupadas, o que é bom para a atividade, por outro, torna mais desafiador o controle da inflação, já que há maior pressão sobre os preços dos serviços”, comenta Moreno.
Com isso, aumentam as expectativas pela próxima reunião do Copom, prevista para a semana que vem. A maior parte do mercado prevê um novo aumento da taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual, com o Banco Central indicando que deve continuar a perseguir suas metas.

O cenário fiscal brasileiro também segue no radar. Na véspera, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que entende a “inquietação” do mercado sobre o risco fiscal, reiterando que a equipe econômica vai apresentar propostas de cortes de gastos obrigatórios para manter o arcabouço fiscal operante. As informações são do portal de notícias G1.

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