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Economia Dólar sobe e juro futuro avança com pressões inflacionárias

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O Ibovespa encerrou em queda de 0,77%, a 118.856 pontos, pressionado pela alta dos juros futuros. (Foto: Divulgação)

O ambiente externo adverso para mercados emergentes deu as caras de forma mais intensa no pregão dessa sexta-feira (10), com reflexos amplamente negativos sobre o desempenho do câmbio doméstico. O dólar encerrou a semana em alta de 1,00% no mercado à vista, negociado a R$ 6,1017, após ter subido a R$ 6,1248 na máxima da sessão. Na semana, porém, a moeda americana conseguiu registrar algum alívio, ao acumular queda de 1,28% e ter um desempenho mais forte que o da grande maioria dos pares emergentes.

O dólar já subia no início do dia, ao corrigir possíveis excessos após ter anotado um movimento firme de queda no pregão da véspera. No entanto, o movimento ganhou musculatura ainda durante a manhã, após o relatório de empregos dos EUA (“payroll”) mostrar um crescimento de postos de trabalho bem acima do esperado pelo mercado e uma queda na taxa de desemprego, o que reforçou a sensação de que o Federal Reserve (Fed) deve pausar o ciclo de flexibilização monetária e de que a quantidade de reduções nos juros pode diminuir ainda mais.

Os dados fortes do mercado de trabalho dos Estados Unidos e a composição ruim do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em dezembro pressionaram os juros futuros nessa sexta. Com isso, as taxas encerraram o pregão em forte alta, suficiente para que apagassem todo o alívio acumulado nas outras quatro sessões da semana, em especial nos vértices de longo prazo da curva a termo.

Ao fim do pregão, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento de janeiro de 2026 anotou alta de 14,95%, do ajuste anterior, para 15,095%; a do DI de janeiro de 2027 subiu de 15,295% a 15,465%; a do DI de janeiro de 2029 avançou de 15,13% para 15,40%; e a do DI de janeiro de 2031 saltou de 14,955% a 15,23%.

Os juros futuros operaram pressionados desde o início da sessão em reação ao IPCA de dezembro. Embora os avanços de 0,52%, na comparação com novembro, e de 4,83% no acumulado de 2024 não tenham surpreendido os investidores, o indicador, novamente, mostrou composição que preocupou os economistas.

“Em serviços subjacentes e intensivos em mão de obra, a nossa visão é que o número de hoje não traz revisão relevante à frente, muito embora entendemos que estes grupos tiveram desempenho ruim. Vale dizer que esta é a direção esperada, a de aceleração e pressão nos primeiros cinco meses deste ano”, comenta Andréa Angelo, estrategista de inflação da Warren Investimentos.

Nem o avanço de ações como da Petrobras e da Vale, que ajudou a limitar as perdas do Ibovespa na sessão, foi capaz de frear a queda em um dia de maior aversão a risco global após a divulgação do “payroll” americano. O índice terminou o pregão com recuo de 0,77%, aos 118.856 pontos, perto da mínima do dia, de 118.732 pontos. Na máxima intradiária, ele chegou a tocar os 120.052 pontos. No acumulado da semana, o índice teve leve alta de 0,27%.

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