Domingo, 19 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 29 de maio de 2015
O dólar renovou nesta sexta-feira (29) seu maior valor em dois meses, fechando a segunda semana consecutiva em alta, diante de expectativas de que o Banco Central deve continuar em junho com sua política de reduzir a intervenção no mercado de câmbio.
A avaliação de operadores é que a briga pela formação da ptax (taxa média do dólar calculada pelo Banco Central, que serve como referência para contratos no mercado financeiro) também influenciou a cotação da moeda americana.
“A taxa de câmbio deve se manter perto de R$ 3,20. É mais provável que continue nesse patamar do que voltar para R$ 3. Ainda há muita incerteza tanto no exterior como no Brasil, e o mercado sempre monta um cenário com base no caminho menos otimista. Lá na frente, é melhor ter uma surpresa positiva do que negativa”, disse Reginaldo Gelhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.
O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou o dia com valorização de 0,24% sobre o real, cotado em R$ 3,180. Na semana, houve alta de 3,59%. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, subiu 0,72% no dia e 2,97% na semana, para R$ 3,187. Ambos estão no maior nível desde 31 de março, quando o dólar à vista estava em R$ 3,203 e o comercial, R$ 3,192.
O Banco Central vem, há meses, estendendo diariamente o vencimento de contratos de swaps cambiais em leilões cujo efeito é o mesmo que uma venda futura de dólares. Em maio, a autoridade monetária reduziu a quantidade de “rolagens” desses papéis para 70%, e não mais de 100% dos contratos previstos para o mês seguinte, como estava fazendo anteriormente. Com isso, acaba restringindo a liquidez do mercado.
O cenário se agrava com a expectativa de que os juros nos Estados Unidos deverão ser aumentados ainda em 2015, o que deixaria os títulos do Tesouro americano –que são remunerados por essa taxa e considerados de baixíssimo risco– mais atraentes do que aplicações em mercados emergentes como o Brasil, provocando uma saída de recursos dessas economias.
Assim, a menor oferta de dólares, tanto pela menor intervenção do BC brasileiro quanto pelo retorno de recursos para os EUA, tenderia a pressionar ainda mais a cotação da moeda americana para cima. (Folha)