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Dólar tem nona queda seguida e fecha a R$ 5,85, com falas de Lula no radar e decisões sobre juros

No dia anterior, a moeda norte-americana fechou em queda de 0,06%, cotada a R$ 5,865. (Foto: Reprodução)

O dólar apagou os ganhos vistos mais cedo e fechou a sessão dessa quinta-feira (30) em queda, a R$ 5,85. Investidores repercutiram as novas falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e as últimas decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, encerrou com uma alta de mais de 2%.

Em entrevista a jornalistas nesta quinta-feira, Lula falou sobre as contas públicas e o possível reajuste dos preços do diesel, além de fazer comentários sobre a liderança de Gabriel Galípolo no Banco Central do Brasil (BC) e defender o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Já no cenário de juros, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic, taxa básica de juros, em 1 ponto percentual, a 13,25% ao ano. Lá fora, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) manteve seus juros inalterados entre 4,25% e 4,50% ao ano.

Por fim, o mercado também repercutiu a divulgação de novos dados aqui e lá fora. No Brasil, o Ministério do Trabalho informou, nesta quinta, que o país gerou 1,69 milhão de empregos com carteira assinada em 2024 – considerando o saldo entre as contratações e demissões.

Esse número representa uma alta de 16,5% em relação a 2023. Com isso, após dois anos de desaceleração, a criação de empregos formais voltou a ganhar velocidade em 2024.

Nos EUA, o mercado repercute a divulgação da primeira leitura do Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre, que apresentou crescimento de 2,3%, abaixo das expectativas e mostrando uma desaceleração em relação aos 3,1% de crescimento do terceiro trimestre.

Mercado

As novas falas do presidente Lula estavam entre os principais destaques desta quinta-feira. Durante entrevista a jornalistas, o petista fez comentários sobre as contas públicas, os preços do diesel, a liderança de Galípolo no BC, Trump e as tarifas dos Estados Unidos e, por fim, saiu em defesa de Haddad, após o presidente do PSD, Gilberto Kassab, chamá-lo de “fraco”.

Lula afirmou que tem “muita responsabilidade” em relação ao cenário fiscal e que deseja o menor déficit possível, mas negoi que planeja desenvolver uma nova medida fiscal – afirmação que vai na direção oposta às sinalizações da equipe econômica.

Além disso, o petista disse que o novo presidente do BC, Gabriel Galípolo, “fez o que ele entendeu que deveria fazer” em relação aos juros do país e negou que tenha “autorizado” um aumento do preço do diesel. Sobre Trump, Lula afirmou que, se os americanos decidirem taxar o Brasil “haverá reciprocidade”.

Do lado dos juros, as decisões do Copom e do Fed seguiam na mira dos mercados. Nos EUA, o comunicado divulgado após a reunião, que acabou com a manutenção das taxas de juros americanas entre 4,25% e 4,50% ao ano, veio mais duro do que o mercado esperava.

Segundo o colegiado, a taxa de desemprego se estabilizou em um nível baixo nos últimos meses, enquanto as condições do mercado de trabalho “permanecem sólidas”. Já a inflação “continua um tanto elevada”, acrescentou o Fed, que retirou o trecho que destacava o progresso em direção à meta de 2% ao ano.

O Índice de Preços ao Consumidor nos EUA encerrou 2024 com uma alta acumulada de 2,9% e há temores que o mercado de trabalho ainda muito aquecido, com a taxa de desemprego estabilizada num patamar baixo, possa continuar estimulando muito a atividade econômica e gerar mais inflação.

(AG)

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