Segunda-feira, 21 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 21 de abril de 2025
Dom Odilo Scherer já foi cotado para ser papa quando o pontífice Bento XVI renunciou ao cargo, em fevereiro de 2013.
Foto: Vatican Media/ReproduçãoA morte do papa Francisco impõe a escolha de um novo cardeal para ocupar o posto. Em breve, o Vaticano se reunirá para eleger o novo líder da Igreja Católica em um conclave, que costuma ser convocado entre 15 e 20 dias após o falecimento do pontífice.
Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer já foi cotado para ser papa quando o pontífice Bento XVI renunciou ao cargo, em fevereiro de 2013. Na época, o cardeal de São Paulo era apontado como um possível sucessor de Bento XVI, mas a Igreja acabou escolhendo o argentino Jorge Mario Bergoglio para o posto.
Em sua autobiografia, o próprio papa afirmou que na época os candidatos fortes ao cargo eram o brasileiro Odilo Scherer, o italiano Angelo Scola, o norte-americano Sean O’Malley e o canadense Marc Ouellet.
Apesar do favoritismo no último conclave, é improvável que Dom Odilo Scherer seja escolhido como novo papa. Neste conclave, o nome de outro brasileiro tem aparecido na bolsa de apostas sobre a sucessão do Papa: o arcebispo de São Salvador, Sérgio da Rocha é citado na imprensa italiana como uma opção que “corre por fora” na disputa.
A escolha de um brasileiro, no entanto, é difícil. Um dos motivos, segundo especialistas, é que dificilmente o sumo pontífice escolhido será novamente um latino-americano.
Responsável pela Arquidiocese de São Paulo, Dom Odilo pediu, no fim do ano passado, permissão para renunciar à liderança paulista. Na ocasião, o Papa Francisco aceitou o pedido, mas pediu que o cardeal ficasse até 2026 no cargo.
Odilo foi nomeado cardeal em 2007 pelo então papa Bento XVI. Na ocasião, o religioso tinha 58 anos. Os cardeais são os religiosos mais próximos do papa e comandam grandes arquidioceses ao redor do mundo.
Ao contrário de outros pontífices, com o papa João Paulo II, o papa Francisco não deixou um sucessor natural ao cargo. O pontífice foi responsável por uma renovação na constituição de cardeais. Francisco bateu o recorde de realização de consistórios, quando são escolhidos os cardeais.
Nesse processo, o papa quebrou paradigmas ao internacionalizar o colégio cardinalício, que é responsável por escolher o próximo pontífice. Ao contrário do que costumava ocorrer, com um colégio predominantemente eurocêntrico, papa Francisco nomeou cardeais de vários locais do mundo, inclusive das periferias do planeta. Segundo especialistas, essa composição torna ainda mais difícil prever quem será o escolhido.
“Muitos cardeais nem se conhecem. E não têm suas opiniões conhecidas também”, diz Filipe Domingues, professor na Pontifícia Universidade Gregoriana, de Roma, e diretor do Lay Centre, também de Roma. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.