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Política Dominada por bolsonaristas, a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados impôs uma derrota ao governo Lula nesta semana

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Antes de entrarem para o almoço com Lula, ministros e demais convidados foram submetidos a testes de covid, por orientação médica. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Dominada por bolsonaristas, a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados impôs uma derrota ao governo Lula na última quarta-feira (4), ao aprovar uma medida para derrubar um decreto do petista que havia recolocado o Brasil na União das Nações Sul-Americanas (Unasul).

O retorno ao bloco criado em 2008, quando os principais países da região eram governados por presidentes de esquerda, é uma das bandeiras mais caras à diplomacia lulista neste terceiro mandato.

O país havia deixado a Unasul em 2019, por decisão de Jair Bolsonaro – mas acabou retornando em 2023, quando o presidente Lula assinou um decreto recolocando o país no grupo composto por Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname e Venezuela.

O que a Comissão de Relações Exteriores aprovou nesta quarta-feira foi um projeto de decreto legislativo que revoga o decreto de Lula e na prática restaura a decisão de Bolsonaro de manter o país fora do bloco. O projeto ainda precisa passar pelo plenário da Câmara e pelo Senado Federal para entrar em vigor – só aí se saberá se de fato o Parlamento implodiu a iniciativa de Lula.

A votação na comissão foi simbólica, sem grandes discussões numa sessão esvaziada, em um dia em que a base lulista estava ocupada em viagens internacionais, engajada nas articulações em torno da aprovação do regime de urgência do pacote fiscal do ministro da Fazenda, Fernando Haddad – ou “distraída” com uma cerimônia de entrega de medalhas de mérito da Câmara no plenário.

A análise do projeto durou cerca de três minutos, sem nenhuma manifestação da base aliada lulista. Apenas o relator da proposta, deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), se pronunciou na sessão, alegando que a medida era “uma justificativa a menos” para Lula e a primeira-dama, a socióloga Rosângela da Silva, a Janja, gastarem dinheiro público em viagens ao exterior.

“Eu sou a favor da decisão do governo Bolsonaro do Brasil sair da Unasul, até porque já somos parte do Mercosul e a Unasul nunca teve grandes resultados práticos, se é que teve algum. Sempre foi mais um convescote ideológico do PT do que qualquer outra coisa”, afirmou van Hattem (Novo-RS), após a vitória no colegiado.

Em maio do ano passado, ao defender o retorno do Brasil ao bloco, Lula afirmou que a Unasul é um “patrimônio coletivo”. “Lembremos que ela está em vigor e sete países ainda são membros plenos. É importante retomar seu processo de construção, mas, ao fazê-lo, é essencial avaliar criticamente o que não funcionou e levar em conta essas lições.” As informações são do jornal O Globo.

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