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Por Redação O Sul | 5 de setembro de 2019
O ano era 2007, e o Grêmio havia eliminado o Santos nas semifinais da Libertadores, dentro da Vila Belmiro. A classificação havia acontecido apesar da derrota por 3 a 1. Depois da partida, o então técnico santista, Vanderlei Luxemburgo, disse que um dia ganharia o torneio sul-americano, mas jogando um futebol bonito, ofensivo, sem retranca. Era uma alfinetada no rival.
No outro vestiário, o gaúcho de Passo do Sobrado Mano Menezes, treinador gremista, foi informado da reclamação do adversário. “Saber se defender também é bonito”, rebateu. Dentro dos estereótipos que podem prevalecer no futebol, a escola gaúcha de técnicos é vista muitas vezes como defensiva, adepta da força em detrimento da técnica.
Mas se é assim, como explicar os técnicos do Rio Grande do Sul dominarem a Seleção Brasileira, a mais vitoriosa na história das Copas do Mundo? São 13 anos em sequência sob o comando de profissionais do Estado.
Depois da saída do carioca Carlos Alberto Parreira, em julho de 2006, Dunga (duas vezes), Mano Menezes, Luiz Felipe Scolari e Tite, que vai dirigir a Seleção em amistoso nos EUA nesta sexta-feira (06) contra a Colômbia, ocuparam o cargo.
Em 1969, quando o moral do futebol nacional era baixo após a eliminação na primeira fase da Copa do Mundo da Inglaterra, foi um gaúcho de Alegrete quem restabeleceu o futebol ofensivo da Seleção: João Saldanha.
“É mais mito do que verdade [a existência de uma escola gaúcha de técnicos]”, diz Mano Menezes, que comandou a equipe nacional de 2010 a 2012 e foi contratado na última terça-feira (03) pelo Palmeiras. “Existem técnicos defensores das mais variadas filosofias de jogar futebol em todo o Brasil. Até mesmo entre os gaúchos, a maneira de armar as equipes é diferente. E mais: os próprios técnicos mudam durante a carreira.”
São 4.515 dias consecutivos que a Seleção tem um gaúcho como treinador. Na história oficial da equipe, iniciada em 1914, o RS teve o técnico em 6.978 dias. O Rio de Janeiro vem a seguir, com 6.760, embora na quantidade de nomes que ocuparam o cargo os cariocas tenham dez contra nove do Rio Grande do Sul.
Gaúchos foram técnicos da Seleção Brasileira em quatro das cinco Copas do Mundo neste século. Felipão venceu o título em 2002 e caiu nas semifinais de 2014. Dunga levou o time até as quartas de final em 2010, mesmo fase da eliminação de Tite em 2018. A exceção foi o Mundial de 2006, na França, quando o treinador foi Carlos Alberto Parreira. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.