Domingo, 29 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 2 de outubro de 2023
O julgamento de Donald Trump e de dois dos seus filhos iniciou nesta segunda-feira em Nova York.
Foto: ReproduçãoDonald Trump atacou o juiz que supervisiona o processo civil ex-presidente dos Estados Unidos. Trump chamou Arthur Engoron de democrata e “agente”, dizendo que o caso contra ele era uma “vergonha”. Ele também atacou a procuradora-geral de Nova York (EUA), Letitia James, por persegui-lo em vez de atuar contra crimes violentos.
“Vamos ficar meses aqui com um juiz que já se decidiu. É ridículo”, disse Trump.
“Eles perdem tempo com isso, com bancos que ficaram muito felizes por terem recebido todo o seu dinheiro de volta. Eles não foram fraudados. [Eu] fui fraudado”, alegou o ex-presidente.
O julgamento de Donald Trump e de dois dos seus filhos, acusados de terem inflacionado durante anos o valor de ativos imobiliários, iniciou nesta segunda-feira (2) em Nova York.
A sessão desta segunda é o pontapé inicial para uma maratona na Justiça que o ex-presidente norte-americano deve enfrentar até o ano que vem. Esse é um dos quatro casos nos quais Trump, favorito entre os republicanos para as eleições presidenciais de 2024, é réu atualmente nos Estados Unidos.
Engoron decidiu na semana passada que Trump e os outros réus eram responsáveis por fraude no processo civil da procuradora-geral, uma das sete alegações que fazem parte do processo.
“Tenho passado por uma caça às bruxas há anos, mas agora isso está realmente ficando sujo entre (o advogado especial) Jack Smith e entre todas essas pessoas do Departamento de Justiça que os ajudam”, destacou.
O empresário não foi obrigado a comparecer ao tribunal para o julgamento contra ele, seus filhos mais velhos, suas empresas e executivos da Organização Trump. Entretanto, ele optou por comparecer ao tribunal de Manhattan.
“Esta é uma pura caça às bruxas com o propósito de interferir nas eleições dos Estados Unidos da América. É totalmente ilegal”, disse.
O julgamento deve durar até 22 de dezembro, segundo o juiz Arthur Engoron. O júri que começou nesta segunda ganhou mais importância na semana passada, depois que o juiz Arthur Engoron, decidiu que a “fraude contínua” foi comprovada.
Engorou afirmou também que o gabinete da Procuradoria-Geral do Estado de Nova York já tinha provado que Trump e os diretores do seu grupo haviam “supervalorizado” os seus ativos entre US$ 812 milhões e US$ 2,2 bilhões de 2014 a 2021.
A decisão foi uma vitória significativa para a procuradora-geral de Nova York, Letitia James, que abriu o processo de US$ 250 milhões (R$ 1,26 bilhão) em setembro do ano passado.
James destacou que o ex-presidente e os outros réus cometeram repetidas fraudes ao inflacionar ativos em relatórios contábeis para obter melhores condições em empréstimos e seguros imobiliários.
O juiz Engoron agora decide sobre outras seis acusações:
Falsificação de registros comerciais;
Conspiração para falsificar registros comerciais;
Emissão de relatórios contábeis falsos;
Conspiração para falsificar relatórios contábeis;
Fraude de seguro;
Conspiração para cometer fraude de seguros.
Trump inflou seu patrimônio líquido em até US$ 3,6 bilhões (R$ 18,22 bilhões) em três anos distintos, entre 2011 e 2021, de acordo com o gabinete da procuradora-geral.
O juiz ordenou a revogação das licenças comerciais no Estado de Nova York de Trump e de seus filhos Eric Trump e Donald Trump Jr., vice-presidentes executivos da Trump Organization, além do confisco das empresas que são alvo do processo, que serão confiadas aos liquidatários.