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Donald Trump diz que a invasão do Capitólio foi o “maior movimento” da história dos Estados Unidos

Multidão de apoiadores do presidente Donald Trump ocupa o prédio do Congresso americano em 6 de janeiro de 2020. (Foto: Reprodução/YouTube)

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump afirmou nesta quinta-feira (9) que a invasão do Capitólio foi o “maior movimento da história de nosso país”. Ele deu essa declaração horas antes de uma audiência no Congresso que tem como propósito provar que ele é culpado pelo ataque.

Cinco pessoas morreram nessa insurreição no dia 6 de janeiro de 2021. “O 6 de janeiro (de 2021) não foi simplesmente um protesto, representou o maior movimento da história de nosso país para fazer com que Estados Unidos voltassem a ser grande”, afirmou Trump em sua própria rede social, Truth Social.

Naquele dia, centenas de apoiadores de Trump tentaram impedir a certificação de Joe Biden como o presidente eleito do país. Para os investigadores, foi a culminação de uma conspiração criminosa orquestrada durante meses e encabeçada pelo líder republicano para tomar o poder após sua derrota para Biden nas eleições presidenciais de 2020.

“Foram eleições manipuladas e roubadas, e um país que estava a ponto de ir para o inferno”, disse Trump.

Uma das missões centrais do painel legislativo que investiga Trump e seu círculo íntimo era determinar como as tentativas do ex-presidente de reverter sua derrota em 2020 por meio de uma campanha de alegações falsas e denúncias de fraude eleitoral desacreditadas influenciaram a violência que ocorreu em 6 de janeiro.

O comitê bipartidário da Câmara passou um ano investigando as tentativas de Trump de pressionar autoridades estaduais e federais sobre este caso.

Em declarações feitas em três postagens, Trump descreveu os sete democratas e dois republicanos do comitê como “bandidos políticos” e repetiu que as acusações sobre sua suposta má conduta eram “farsas”.

O ex-presidente também reiterou sua afirmação comprovadamente falsa, repetida por diversos republicanos, de que teria pedido o envio de 20.000 soldados da Guarda Nacional para proteger o Capitólio e que a ordem foi rejeitada pela presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, que não tem autoridade para tanto. Além disso, não há registros de tal solicitação.

Pré-candidato preso

O FBI prendeu nesta quinta-feira o principal pré-candidato republicano a governador do Michigan, acusado de ter participado, em janeiro de 2021, da invasão ao Capitólio.

Segundo o Departamento de Justiça, Ryan Kelley, 40, participou do ataque.

Membro da Comissão de Planejamento da cidade de Allendale, Michigan, e fundador do Conselho Patriota dos EUA, um grupo de extrema direita, Kelley foi acusado de entrar ilegalmente no Capitólio e participar de atos de violência contra a propriedade.

Uma declaração apresentada à corte federal de Washington detalha a participação de Kelley nos distúrbios de 6 de janeiro, por meio de informações publicadas nas redes sociais, bem como de registros telefônicos. Em alguns momentos, ele chegava a pedir à multidão que entrasse no Capitólio.

Kelley foi preso em sua residência, em Allendale, na madrugada desta quinta-feira, segundo o FBI. Os motivos que levaram à sua prisão quase um ano e meio após os fatos não estão claros.

Agente imobiliário e ligado a uma milícia local que protestou contra a remoção de estátuas de generais confederados e as restrições anti-Covid, Kelley entrou na corrida para se tornar governador do Michigan. Em pesquisa divulgada no fim de maio, após a invalidação de outras candidaturas, Kelley liderava as intenções de voto para as primárias republicanas de 2 de agosto.

Na página de Kelley no Facebook, havia uma declaração de duas palavras: “preso político”. Ele está entre as mais de 840 pessoas presas por participação no ataque à sede do Congresso americano.

Papel central

Também antes da primeira de uma série de audiências que busca mostrar que o ex-presidente Donald Trump teve um papel central na invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021, o presidente da comissão da Câmara dos Deputados que investiga o episódio alertou nesta quinta-feira que a conspiração não acabou e que “a democracia continua em perigo”.

“A conspiração para frustrar o desejo do povo não acabou. Há aqueles neste país que têm sede de poder, mas não amam ou respeitam o que faz grande os EUA”, afirmou o democrata Bennie Thompson. As informações são da agência de notícias AFP.

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