Domingo, 12 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 6 de janeiro de 2021
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou publicamente seu vice, Mike Pence, por não ter atuado para impedir a sessão que analisa o resultado das eleições americanas de novembro deste ano. Para Trump, Pence “não teve a coragem de fazer o que deveria ter sido feito”.
“Mike Pence não teve a coragem de fazer o que deveria ser feito para proteger o nosso país e a nossa Constituição, dando aos estados a chance de certificar corretamente os fatos, não os fraudulentos e imprecisos aos quais eles estão sendo pedidos para certificar. Os Estados Unidos demandam a verdade”, escreveu Trump.
Nos Estados Unidos, o vice-presidente também é o presidente do Senado. Com essa função, cabe a Pence conduzir a sessão que analisa a certificação dos resultados do pleito de 3 de novembro deste ano. Os votos apurados formaram o Colégio Eleitoral, que em dezembro confirmou a vitória de Joe Biden e Kamala Harris.
Donald Trump e parte dos seus apoiadores não reconhecem a derrota, alegando fraudes no processo eleitoral. Trump apresentou dezenas de ações judiciais contra os resultados, mas nenhuma delas prosperou nos tribunais americanos.
A última cartada do atual presidente foi articular um grupo de parlamentares que pudessem contestar a certificação, atribular um procedimento que, em geral, é apenas protocolar. Sabendo que não teria a maioria, Trump recorreu a Pence, afirmando que o vice poderia utilizar seu papel para impedir que o resultado fosse chancelado.
Em nota publicada nas redes sociais, o vice-presidente Mike Pence afirmou que não poderia e não faria isso. Ele argumentou que ao assumir como vice de Trump em 2017 jurou cumprir a Constituição e as leis americanas não lhe dão o direito de sozinho rejeitar um resultado eleitoral.
Invasão
Em um dos dias mais tensos da história recente dos Estados Unidos, apoiadores de Donald Trump invadiram o Congresso e provocaram a paralisação da sessão realizada para contar os votos do Colégio Eleitoral e certificar a vitória de Joe Biden na eleição presidencial de novembro, a última etapa formal do processo eleitoral antes da posse do democrata, em 20 de janeiro.
Os manifestantes — alguns fantasiados e outros portando armas — ocuparam o plenário das duas Casas, destruíram equipamentos e móveis e obrigaram os congressistas e o vice-presidente, Mike Pence, que presidia a sessão como presidente do Senado, a saírem protegidos por agentes de segurança. A área usada pela imprensa também foi invadida. Uma mulher foi baleada e morreu, sem que saiba a origem do tiro. A prefeitura de Washington declarou toque de recolher à noite.
Cerca de duas horas depois da invasão, que foi insuflada por Trump quando ele discursou mais cedo em uma manifestação de seus apoiadores, o presidente divulgou um vídeo em que pedia que os invasores “fossem para casa”, mas apoiava os manifestantes e insistia nas falsas alegações de que a vitória lhe foi roubada. Minutos antes do vídeo, Biden falou em rede nacional de TV, denunciando um “ataque sem precedentes” à democracia americana e exigindo que o republicano se pronunciasse “para pedir o fim deste cerco ao Capitólio”.
O Twitter anunciou que a conta de Donald Trump na rede social será bloqueada por 12 horas. O prazo começará a correr assim que forem deletados 3 tuítes suspensos pela rede social nessa quarta. Esses posts já não podem ser vistos pelos usuários, mas precisam ser removidos pelo dono do perfil. “Se não, a conta continuará fechada”, disse a empresa.
Os posts que o Twitter exige que sejam apagados da conta de Trump apresentam “violação severa e repetida” da política de integridade da plataforma.
Ainda segundo a rede social, futuras violações resultarão na suspensão permanente da conta de Trump, que tem quase 88 milhões de seguidores.
A decisão acontece após a violenta invasão de apoiadores do presidente dos Estados Unidos ao Congresso, na tarde dessa quarta.
Momentos antes, Donald Trump discursou aos apoiadores afirmando que não aceitaria o resultado eleitoral e que marcharia com os manifestantes.
As redes sociais foram duramente criticadas por usuários durante o ataque ao Congresso por não tomarem medidas mais drásticas contra os posts de Trump.
Após a invasão, Trump chegou a postar vídeos nas redes sociais que acabaram sendo derrubados por conta de “risco de violência”, segundo as empresas. Nos vídeos, ele pedia que as pessoas voltassem para casa, mas continuava a alegar sem provas que a eleição presidencial dos EUA foi fraudada.
Mais cedo, o Twitter também restringiu o engajamento de certas publicações sobre a manifestação que considerou que continham “risco de violência”, incluindo posts de Trump. Essas publicações não poderão ser respondidas, compartilhadas ou curtidas.