Sábado, 12 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 11 de abril de 2025
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, há muito reclama das regras que limitam o fluxo de água nos chuveiros americanos, dizendo que isso atrapalha o banho e a lavagem do seu “lindo cabelo”. Mas ele decidiu resolver o problema com um golpe de caneta.
Na última quarta-feira (9), em meio a uma guerra comercial global e aos percalços do mercado de ações, ele assinou um decreto para mudar os padrões que limitam a quantidade de água por minuto que pode passar pelos chuveiros e por outros eletrodomésticos, como lava-louças, máquinas de lavar roupa e vasos sanitários.
“Eu gosto de tomar um bom banho, cuidar do meu lindo cabelo”, disse Trump durante a assinatura do decreto, na Casa Branca. “Tenho de ficar no chuveiro por 15 minutos até ele molhar. Sai gota a gota. É ridículo. A gente acaba lavando as mãos cinco vezes mais. Vamos abrir isso para que as pessoas possam viver.”
Biden
Em seu primeiro mandato, Trump determinou o afrouxamento dessas restrições nos chuveiros, uma ação que o ex-presidente Joe Biden reverteu. Agora, o decreto do presidente instrui o secretário de Energia americano, Chris Wright, a revogar imediatamente o que ele chamou de “regra federal excessivamente complicada, que redefiniu a palavra chuveiro durante os dois últimos presidentes democratas”.
Tanto Biden quanto o expresidente Barack Obama impuseram restrições ao fluxo de água para fazer com que lavalouças, chuveiros, geladeiras, máquinas de lavar e vasos sanitários consumissem menos energia e água. “As regulamentações transformaram um item doméstico básico em um pesadelo burocrático”, disse a Casa Branca, em comunicado. “Os chuveiros fracos e inúteis acabarão.”
O Appliance Standards Awareness Project (Asap), que defende a eficiência energética, afirmou que os padrões estabelecidos na era Biden reduzem as contas de serviços públicos e protegem o meio ambiente. Segundo a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA), os banhos representam cerca de 20% do uso diário de água em ambientes internos de uma família americana comum. Os chuveiros econômicos também economizam energia, já que o aquecimento da água responde por cerca de um quinto do consumo energético médio de uma casa.
Problema imaginário
Andrew deLaski, diretor executivo do Asap, disse que análises de consumidores mostram que a maioria dos chuveiros vendidos atualmente nos EUA “proporciona um banho excelente”. “Portanto, não há um problema real a ser resolvido com os chuveiros disponíveis hoje”, disse a associação.
DeLaski classificou a ordem de Trump como uma manobra para contornar a lei de eficiência energética de 1992 e previu que o resultado será semelhante ao de seu primeiro mandato, quando nenhum grande fabricante de chuveiros fez mudanças significativas em seus produtos. (Com informações do jornal O Estado de S. Paulo)