Terça-feira, 11 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 22 de junho de 2017
O presidente americano Donald Trump apresentou na quarta-feira (21), em Iowa, a “ideia” do muro que pretende construir ao longo da fronteira entre EUA e México: uma barreira com painéis solares para financiar seu custo. Assim, a energia produzida ajudaria a financiar a obra e faria com que o país vizinho gastasse “muito menos dinheiro”.
“Sim, vamos construir um muro. Precisamos impedir que as drogas sigam chegando às nossas casas”, disse o republicano em uma reunião com partidários em Cedar Rapids. “Vou lhes revelar uma ideia que ninguém escutou: na fronteira sul há muito sol, muito calor (…) e estamos pensando em construir um muro solar (…) cuja energia irá financiar sua construção.”
Apesar da alegação de Donald Trump de que a ideia do “muro” solar é sua, diversos veículos de imprensa dos EUA atribuem a uma das dezenas de propostas enviadas por várias empresas que participaram da licitação pública para a construção da barreira.
A companhia em questão se chama Gleason Partners, cujo fundador, Thomas Gleason, disse recentemente ao jornal The Washington Post que seu projeto iria gerar dois megawatts de eletricidade por milha, o suficiente para fornecer energia a 350 casas.
“Pensem por um momento: quanto mais alto, mais energia vai gerar, mais valor terá”, disse Trump. “Será fantástico.”
A obra proposta por Gleason custaria cerca de US$ 7,5 milhões por milha, afirmou o empresário ao jornal.
Tudo sobre o muro de Trump
Cercas e arame farpado
As barreiras atuais isolam mais de mil quilômetros da fronteira dos EUA com o México. Em boa parte dos limites de Califórnia, Arizona e Novo México elas assumem a forma de cercas de madeira ou metal ou simplesmente arame farpado.
Como o muro pode parecer
Durante a campanha, Trump afirmou que seu muro seria “melhor e muito mais poderoso do que uma cerca”. Isso significa que a possibilidade de se usar opções baratas, como cercas alta de ferro ou telas de arame não está nos planos. Em entrevistas o presidente também disse que o muro teria 9 m, em outra ocasião disse que teria 16 m.
Entradas ilegais
Houve 408.870 detenções na fronteira sul dos EUA no ano passado. De acordo com a Patrulha de fronteira, muitos eram reincidentes. Mas é difícil saber quantos conseguiram entrar. O governo americano estima que as patrulhas consigam deter os imigrantes em 81% dos casos. Mas estimativas externas preveem um sucesso menor. O Instituto para Análises de Defesas estima que 200 mil pessoas entraram ilegalmente pela fronteira sul em 2015, contra 2 milhões no ano 2000.
O caminho dos imigrantes
Quase a metade das detenções em 2016 ocorreram no Texas, na área conhecida como Setor de Patrulha Vale do Rio Grande. De 1998 a 2012, a maioria aconteceu perto de Tucson, Arizona – área que hoje tem uma cerca.
A proposta de Trump
A colocação de barreiras na fronteira começou nos anos de 1990, na Califórnia, nos governos de George H. W. Bush e Bill Clinton. Mas a construção se expandiu a partir de 2006, durante a Presidência de George W. Bush, que ordenou o isolamento em mais de mil quilômetros.
Trump prometeu a construção de um muro de concreto ao longo de 1.600 quilômetros, com aproximadamente 12 metros de altura. Mas, após a eleição, disse que parte poderia ser uma cerca. Ele cobriria apenas metade dos 3.200 quilômetros de fronteira, pois barreiras naturais protegem o restante. Não está claro se ele inclui as já existentes. Seu Gabinete afirma que seria uma barreira física, com avançada tecnologia e guardas.
A participação do Congresso
O presidente americano acredita estar respaldado pela lei de 2006 e já assinou uma ordem executiva para o planejamento e construção do muro. Mas precisará da aprovação de verba pelo Congresso para completar a ação. Os republicanos contam com maioria nas duas Casas.
Os custos do muro
As estimativas vão de US$ 8 bilhões a US$ 40 bilhões. Segundo Trump, custaria de US$ 8 bilhões a US$ 12 bilhões. Republicanos dizem que pode chegar a US$ 15 bilhões. A agência de notícias Reuters afirma que o Departamento de Segurança Interna avalia em até US$ 21,6 bilhões. Uma estimativa independente, publicada no “MIT Technology Review”, prevê de US$ 27 bilhões a US$ 40 bilhões. (AE/AG)