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Por Redação O Sul | 23 de janeiro de 2020
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu participar nesta sexta-feira (24), da Marcha Pela Vida, a reunião anual de manifestantes antiaborto do país. Será o primeiro presidente da história americana a participar do ato pessoalmente.
Várias vezes desde que se elegeu Trump afirmou ser ‘pró-vida’, mas favorável a exceções, como estupro e incesto.
A decisão de Trump vem em um momento em que o país aprova duras restrições ao procedimento de interrupção da gravidez.
A polêmica decisão de Trump reforça a divisão no país em relação ao tema. Em um ano eleitoral em que a polarização sobre este e outros temas deve dominar as discussões.
Sua aparição foi anunciada no 47º aniversário da decisão Roe v. Wade, de 1973, em que a Suprema Corte dos EUA estabeleceu o direito ao aborto.
Em um ano eleitoral, Trump vem tentando reforçar o vínculo com grupos que se opõem ao aborto. No começo do mês, Susan Anthony List e seu grupo anti-aborto anunciaram que gastariam US$ 52 milhões para ajudar na reeleição do presidente e trabalhar para proteger a maioria republicana no Senado dos EUA, informou o site Politico.
Direito ao aborto
A Marcha pela Vida começou em 1974, um ano após a decisão Roe v. Wade, e passou a incluir vários eventos associados, incluindo missas católicas, um serviço nacional de oração, uma conferência e uma exposição.
A manifestação em Washington começará com o discurso de Trump, e a marcha seguirá em direção à Suprema Corte.
Em 2017, logo após a posse de Trump, Mike Pence se tornou o primeiro vice-presidente a participar pessoalmente da manifestação, e Trump apareceu em um vídeo via satélite, emocionando a multidão.
Trump enviou saudações em vídeo em 2018 e 2019, quando Pence apareceu novamente pessoalmente.
“Olhamos nos olhos de uma criança recém-nascida, vemos a beleza e a alma humana e a majestade da criação de Deus. Sabemos que toda vida tem sentido”, disse Trump no vídeo de 2019, antes de listar as ações antiaborto de seu governo e prometer rejeitar qualquer legislação que “enfraqueça os esforços para impedir o acesso ao aborto”.
A presidente da Marcha pela Vida, Jeanne Mancini, e outros líderes antiaborto disseram no ano passado que queriam incluir uma “audiência politicamente diversa”, com a participação de qualquer pessoa que se oponha ao aborto.
Pesquisas indicam que pelo menos um quarto dos eleitores democratas são favoráveis à restrição de direitos pró-aborto, embora os democratas antiaborto no Congresso estejam diminuindo rapidamente.
Em seu anúncio na quarta-feira (22) de que Trump falaria na sexta-feira, Mancini elogiou o histórico do governo sobre o aborto. “Desde a nomeação de juízes pró-vida e trabalhadores federais, passando pelos fundos dos contribuintes para abortos aqui e no exterior, até pedindo o fim dos abortos tardios, o Presidente Trump e seu governo têm sido apoiadores consistentes da vida e seu apoio à Marcha Pela Vida tem sido inabalável”, disse ela.