Sexta-feira, 25 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 16 de janeiro de 2024
Um homem foi encontrado morto em um apartamento no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio de Janeiro, na noite de segunda-feira (15). Ele foi identificado como Brent Sikkema, de 75 anos, sócio de uma galeria de arte em Nova York (EUA).
O corpo foi encontrado por uma amiga, que chamou os bombeiros. Quando os agentes chegaram ao local, Brent já estava morto. Ele apresentava perfurações por arma branca. O corpo foi levado para o Instituto Médico-Legal (IML), no Centro do Rio.
Uma perícia foi feita no imóvel. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), que requisitou as imagens de câmeras de segurança de imóveis na região.
Os vizinhos descrevem Brent como uma pessoa discreta e contam que quase não conversavam com ele. Ele era dono da galeria de arte contemporânea Sikkema Jenkins & Co. O local foi fundado em 1991 por ele com o nome de Wooster Gardens.
Sikkema começou a trabalhar com arte em 1971 e abriu a primeira galeria em 1976, na cidade de Boston.
O Consulado dos Estados Unidos no Rio de Janeiro divulgou uma nota confirmando a morte, prestando condolências aos familiares e afirmando que está oferecendo o apoio necessário.
Ele era casado e deixa um filho de 12 anos. O marido foi comunicado da morte e não deve vir ao Brasil.
A principal linha de investigação da DHC é que o americano tenha sido vítima de um latrocínio – roubo seguido de morte. Até essa terça-feira (16), a polícia ainda tentava identificar a arma do crime, que não foi encontrada.
Brent foi encontrado morto pela advogada Simone Nunes, na segunda-feira, que estranhou a falta de respostas do amigo durante o final de semana, e resolveu ir até a casa dele. A polícia conta que ela tinha as chaves do imóvel e, ao entrar, encontrou Brent sem vida deitado na cama, com marcas de perfurações pelo corpo.
Na terça-feira, investigadores da DHC pegaram imagens de cerca de 13 câmeras de segurança da Rua Abreu Fialho, onde há parte da Chácara do Algodão, tombada na década de 80, onde Brent tinha uma casa. Segundo a polícia, ainda não havia um suspeito.
Segundo Simone, Brent era “uma pessoa maravilhosa”. Ela caracteriza o amigo como um homem “bondoso, generoso e defensor das questões sociais”, e também como uma pessoa que gostava de falar sobre “gentileza e bondade”.
Brent também gostava muito do Brasil, de acordo com ela, pretendia se mudar para o país:
“Ele estava no processo para um visto permanente”, conta Simone, que completa: “Se sentia cuidado. Acho que pelo povo. Ele era aberto a conversas, se abria muito. Brincava que tinha linguagem do coração.”
Brent não falava português, mas se sentia acolhido no Brasil e vinha ao país para as festas de fim de ano e carnaval. Artistas brasileiros que já trabalharam com Brent lamentaram sua morte.
“Brent foi meu galerista durante três décadas e um amigo por mais tempo que isso. Eu devo uma lealdade incrível ao profissional que ele foi por ser uma das primeiras galerias a ter um contingente de artistas que era metade branco, metade negro, metade mulher, metade homem”, destacou o artista visual Vik Muniz.
“Ele era um apaixonado pela arte brasileira, com um senso de humor maravilhoso, uma pessoa alegre”, afirma o artista visual Luiz Zerbini. As informações são do portal de notícias G1 e do jornal O Globo.