Em videoconferência nesta quinta-feira (24) com a prefeitura, representantes dos setores de comércio e serviços pediram flexibilização ainda maior para os bares e restaurantes em Porto Alegre. Os empresários do ramo querem portas abertas até a meia-noite (em vez de 23h) e aos domingos. Além disso, os donos de cinemas reivindicam a reabertura das salas de exibição, fechadas desde março devido ao coronavírus.
Segundo a administração municipal, as solicitações passarão por análise no Comitê de Enfrentamento ao Coronavírus. Independentemente de um “sim” ou “não”, a resposta ainda deve demorar, já que a atual prioridade do Executivo, nesse sentido, está relacionada ao plano que prevê a volta gradual e escalonada das aulas presenciais na cidade – mesmo com recomendação contrária por parte do Ministério Público.
“É fundamental olhar para a frente e avançar dentro de uma estrutura de segurança, a fim de evitar a necessidade de retroceder e ampliar restrições no futuro”, salientou o prefeito Nelson Marchezan Júnior na reunião on-line, repetindo um argumento que tem pautado suas declarações sobre o assunto nos últimos meses, desde a chegada da pandemia ao Estado (em março).
Participaram da conversa líderes da ACCB (Associação dos Comerciantes da Cidade Baixa), seccional gaúcha da Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) e Sindha (Sindicato de Hospedagem e Alimentação de Porto Alegre e Região), além do Sindilojas e CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) da capital gaúcha.
Polêmica
Um dos setores mais atingidos pelas medidas restritivas no âmbito da prevenção ao contágio pelo coronavírus, o entretenimento é alvo de uma série de questionamentos dentro da busca de uma equação capaz de dar conta do equilíbrio entre os aspectos econômico e sanitário. O assunto tem sido motivo de intensa controvérsia.
Enquanto empreendedores de estabelecimentos como casas noturnas já amargam mais de seis meses de paralisação ininterrupta, especialistas temem os riscos epidemiológicos de uma eventual retomada, por mais se proponha a adoção de procolos sanitários. Vale lembrar o caso de outros Estados, que tiveram que voltar atrás na flexibilização das diretrizes para o setor, às vezes de forma drástica.
Nesta quinta-feira, o governo do Amazonas voltou a decretar o fechamento de bares e balneários na capital Manaus, a fim de evitar a propagação do coronavírus. As restrições entram em vigor a partir desta sexta (25) e devem durar pelo menos 30 dias.
“Estamos tomando essa decisão devido à falta de respeito por parte de muitos cidadãos em respeitar os protocolos”, lamentou o governador Wilson Lima (PSC). “Ninguém usava mais máscaras [em eventos] e participavam de aglomerações, contribuindo para focos de transmissão da Covid.”
(Marcello Campos)