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Por Redação O Sul | 29 de agosto de 2019
A maioria dos clubes da Série A do Campeonato Brasileiro defende o projeto de lei que está em tramitação na Câmara dos Deputados para facilitar a transformação das agremiações em sociedades anônimas. Dirigentes enxergam a possibilidade de novos investimentos a partir da entrada de empresas nacionais e estrangeiras.
Por outro lado, especialistas alertam que a mudança jurídica não resolve problemas de gestão e que é preciso controlar gastos e aumentar receitas. O jornal O Estado de S. Paulo consultou os 20 clubes da Série A. Do total, 14 aprovam o projeto e seis não responderam. Para alguns, a entrada de novos investidores é questão de sobrevivência. Para outros, aumenta a competitividade.
Todos afirmam que a mudança pretende alinhar o mercado brasileiro ao que já que acontece na Europa, Ásia e América do Norte. “Assim que aprovada a lei, apresentaremos para a assembleia de sócios a proposta para a criação de uma S/A”, disse Mario Celso Petraglia, presidente do Conselho Deliberativo do Athletico-PR.
“Esse é o caminho. É o futuro. É o que já acontece nos grandes centros do futebol mundial”, opinou Sérgio Sette Câmara, presidente do Atlético-MG.
De autoria do ex-deputado Otávio Leite (RJ), o projeto de lei 5082/16 ganhou o apoio do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que esteve na sede da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e está visitando os clubes para defender a proposta.
O projeto estabelece as condições para que os clubes de futebol se transformem em uma Sociedade Anônima do Futebol. O texto será analisado por uma comissão especial e discutido no plenário na Câmara nos próximos meses. “O futebol brasileiro precisa de mais capital. Um clube associativo não vai atrair capital privado nenhum, muito menos estrangeiro. A forma de administração é primária, primitiva, atrasada, que não gera eficiência”, afirmou o parlamentar.
O projeto prevê que os clubes deixem de ser associações sem fins lucrativos e passem a ser sociedades anônimas. É uma mudança na forma de administração que vai transformá-los em clubes-empresa. Com isso, eles terão acionistas ou proprietários, que podem ser outras empresas nacionais ou até estrangeiras. A transformação é opcional.
“A transição do futebol amador e semiprofissional para um patamar profissionalizado pode ser acelerado com a possibilidade da aprovação do projeto”, disse Marcelo Almeida, presidente do Goiás.