Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 5 de setembro de 2023
O Drex está em processo de implementação pelo BC e ainda não tem um cronograma oficial de lançamento.
Foto: ReproduçãoBanco do Brasil e Caixa Econômica Federal realizaram nos dias 30 e 31 de agosto as primeiras transferências entre bancos públicos utilizando o Drex, novo real digital. A operação financeira envolveu o envio de reservas em um ambiente de testes do Banco Central (BC).
Primeiramente, os valores em moeda digital foram transferidos da carteira do Banco do Brasil para a Caixa. Na sequência, foram enviados pela Caixa à carteira do BB.
O Drex está em processo de implementação pelo BC e ainda não tem um cronograma oficial de lançamento. A expectativa do BC é que a nova moeda seja liberada para o público no final do ano que vem.
“Estamos entusiasmados com os resultados positivos até agora e ansiosos para explorar ainda mais o potencial das moedas digitais e das transações ágeis”, disse a presidente da Caixa, Maria Rita Serrano.
A presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, afirmou ser um passo importante em direção a um sistema financeiro mais eficiente.
“O Drex é mais uma iniciativa bem-sucedida, em que teremos a possibilidade de melhorar serviços bancários com a adoção da tecnologia blockchain e a tokenização.”
O projeto da nova moeda também prevê a compra e venda de títulos públicos, em parceria com o Tesouro Nacional. Será possível, portanto, comprar e vender esses títulos usando o real digital.
Especialistas ainda reforçam que a chegada da nova moeda deverá trazer acesso a novos serviços financeiros digitais, como é o caso dos contratos inteligentes (também conhecidos como smart contracts). Além disso, o Drex será usado em outros serviços, como empréstimos, seguros e investimentos.
Na prática, o Drex servirá como uma nova expressão das cédulas físicas, já emitidas pelo BC, e será garantido pelos mesmos fundamentos e pelas mesmas políticas econômicas que determinam o valor e a estabilidade do real convencional.
A autoridade monetária destaca que uma das diretrizes para o desenvolvimento da moeda digital é a interoperabilidade (capacidade de um sistema se comunicar com outro de forma transparente) com os meios de pagamento hoje disponíveis à população.
A expectativa da Caixa é que, com a chegada do Drex, os serviços financeiros sejam melhorados e barateados.
“Um exemplo prático é a previsão de que o financiamento de um imóvel, por exemplo, poderá ser realizado em questão de horas. Isso acontecerá uma vez que, tanto o dinheiro quanto o imóvel, serão tokenizados”, informou o banco, em nota.
A nova moeda:
*será emitida pelo próprio BC, como uma extensão da moeda física, com a distribuição ao público intermediada pelos bancos e instituições de pagamento;
*sua custódia ficará no Banco Central;
*poderá ser trocada pelo real tradicional (em notas), e vice-versa, mas o foco serão as transações financeiras;
*a cotação frente a outras moedas também será a mesma;
*não será permitido que os bancos emprestem esses recursos a terceiros — como acontece atualmente com o real físico — e depois os devolva aos clientes;
*não haverá remuneração, ou seja, os recursos não terão uma correção automática;
*haverá uma garantia da segurança jurídica, cibernética e de privacidade nas operações.