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Droga em teste combate forma genética de colesterol alto

Medicamento reduziu a formação da lipoproteína (a), molécula composta pelo colesterol LDL. (Foto: Reprodução)

Um novo medicamento reduziu em até 85,8% os níveis de uma forma genética de colesterol alto após 12 semanas de tratamento. Os resultados, referentes à segunda fase de testes clínicos, foram apresentados pela Eli Lilly, farmacêutica responsável pela pesquisa, durante o encontro anual da Associação Americana do Coração, que aconteceu em Chicago, e publicados na revista científica JAMA Network.

O muvalaplin é um inibidor da lipoproteína (a), ou Lp(a), uma molécula composta pelo colesterol LDL (considerado “ruim”) combinado com uma proteína chamada “a”. O excesso dessa substância no sangue está associado a um maior risco de doenças cardíacas, como a aterosclerose, em que placas nas artérias comprometem o fluxo sanguíneo.

Desenvolvido pela Lilly, o medicamento se destaca como o único tratamento oral em estudo para reduzir os níveis de Lp(a), um fator de risco cardíaco que afeta cerca de 20% da população mundial e para o qual ainda não existem terapias aprovadas.

Tratamento do colesterol com o muvalaplin

O muvalaplin foi testado em três doses (10 mg, 60 mg e 240 mg) em 233 voluntários de 43 centros de pesquisa ao redor do mundo, incluindo o Brasil, entre dezembro de 2022 e novembro de 2023.

Após três meses de tratamento, a dose de 10 mg reduziu os níveis de Lp(a) em 47,6%, enquanto as doses de 60 mg e 240 mg alcançaram reduções de 81,7% e 85,8%, respectivamente.

De acordo com a Eli Lilly, o medicamento bloqueia a interação inicial das moléculas que formam a lipoproteína (a), oferecendo uma abordagem inovadora no combate a esse fator de risco cardíaco.

Ruth Gimeno, vice-presidente do grupo de Pesquisa em Diabetes e Metabolismo dos Laboratórios de Pesquisa da Lilly, lembra que outros estudos sobre estratégias injetáveis para a doença também estão em estágios avançados, mas que esse é o primeiro desfecho positivo de uma pesquisa com comprimido oral. “Estamos muito satisfeitos com esses resultados promissores e ansiosos para explorar os próximos passos para o muvalaplin”, afirma.

Além da eficácia, o tratamento se mostrou seguro, com efeitos adversos semelhantes entre os grupos que receberam o medicamento e os que usaram placebo. No entanto, apesar dos resultados, os pesquisadores ressaltam a necessidade de estudos mais amplos e diversos para avaliar se a redução de Lp(a) terá impacto direto na diminuição de ataques cardíacos e derrames a longo prazo.

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