Duas páginas do livro de controle de visitas dos detentos do presídio de Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, foram arrancadas. Nelas, estariam registrados todos os visitantes que foram à unidade no dia 31 de janeiro passado. O caso foi divulgado em reportagem exibido no telejornal RJTV, da rede Globo.
Ao tomar conhecimento da informação, a Seap (Secretaria Estadual de Administração Penitenciária) abriu sindicância para apurar o caso. O promotor André Guilherme, da Vara de Execuções Penais, disse que a alteração pode representar uma fraude.
A unidade de Bangu 8 abriga presos com curso superior. Entre eles, o ex-governador Sérgio Cabral. Em 31 de janeiro, um agente penitenciário de plantão em Bangu 8 percebeu a falta de duas páginas do livro de registro. O livro tem 100 páginas. Foram rasgadas as páginas 4 e 5. A informação se tornou pública agora, três meses após o ocorrido, porque a reportagem teve acesso a um relatório feito por um agente .
No dia 31 de janeiro, mesmo dia do registro de sumiço das folhas, a GloboNews teria pediu os dados das visitas a Sérgio Cabral com base na Lei de Acesso à Informação. Na época, a reportagem mostrou que entre os dias 24 de novembro e 4 de março deste ano o ex-governador recebeu 70 visitas. Quase metade foi do filho do ex-governador, o deputado federal pelo PMDB Marco Antonio Cabral. Ele foi a Bangu 32 vezes.
O promotor André Guilherme diz que o sistema carcerário do Rio não tem condições de manter preso o ex-governador Sérgio Cabral. “São constantes as notícias de favorecimento que envolvem esse apenado, em espécie, eu acho que deveria se começar a pensar na possibilidade de transferência desse apenado para um presídio federal”, comentou. (AG)