Sexta-feira, 17 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 29 de junho de 2015
A Justiça de São Paulo absolveu, na semana passada, o estudante Fábio Hideki Harano e o professor de inglês Rafael Lusvarghi dos crimes atribuídos a eles pelo Ministério Público. A decisão cabe recurso. A dupla foi presa durante uma manifestação contra os gastos públicos na Copa do Mundo de 2014, na Avenida Paulista, em 23 de junho do ano passado.
Os dois foram acusados de incitação ao crime, associação criminosa, resistência, desobediência e porte de material explosivo. A decisão de absolvê-los foi do juiz Marcelo Matias Pereira, da 10ª Vara Criminal do Fórum da Barra Funda.
A dupla permaneceu presa preventivamente até 7 de agosto de 2014. Na ocasião, a Justiça mandou soltar os manifestantes após a divulgação de laudos do Instituto de Criminalística que atestavam que o material encontrado nas mochilas deles não era explosivo nem incendiário. Por conta disso, os dois foram absolvidos primeiro da acusação de porte de material explosivo.
Investigação
Laudo emitido pelo esquadrão de bombas da Polícia Militar, em 4 de agosto, apontou que os itens que a polícia relatou ter apreendido com a dupla eram “inertes”, sem poder de explosão ou de provocar fogo. Segundo o inquérito policial, o estudante Fabio Hideki Arano escondia na bolsa um “artefato incendiário de fabricação rudimentar”.
Apesar de o laudo anular a principal prova contra os ativistas, o governo paulista afirma que há outras acusações que permanecem válidas. O próprio governador Geraldo Alckmin ressaltou o trabalho da polícia e a existência de outras justificativas para o processo contra a dupla.
“Foi a própria polícia, o Instituto de Criminalística, que fez o laudo. A própria polícia que mostrou que este caso aqui não tinha explosivo. Mas não é só isso. Você tem a razão da prisão, outros fatores que a polícia levanta”, disse Alckmin. (G1)