O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) denunciou à Justiça dois homens que mataram pai e filho a tiros na lancheria da família em Cachoeira do Sul (Sudoeste do Estado), em março. Conforme o processo, os autores do crime – um homem de 30 e outro de 40 anos – teriam efetuado os tiros ao confundir uma das vítimas com um adversário no tráfico de drogas.
Ambos permanecem presos. Eles foram denunciados pelos dois homicídios qualificados. Foram considerados agravantes o motivo torpe (desavenças no comércio de entorpecentes), o uso de recurso que dificultou a defesa da vítima e meio cruel, além do uso de arma-de-fogo de uso restrito ( uma pistola de calibre 9 milímetros).
Vinícius Kochenborger Silva, 36 anos, morreu logo após ser atingido. Já Luís Alberto da Silveira Silva, de 60 anos, faleceu após quase uma semana de internação hospitalar.
De acordo com a promotora Marina Lameira, a dupla acusada e mais um terceiro indivíduo (ainda não identificado) haviam sido contratados por um quarto homem (igualmente desconhecido da investigação até o momento). Serviço: executar uma pessoa com quem o mandante concorria em atividades relacionadas ao tráfico.
O alvo da morte por encomenda trabalhava no mesmo estabelecimento comercial de propriedade de pai e filho, na rua rua João Antônio Muller (bairro Marina). Por volta das 23h de 10 de março, um dos contratados entrou no local e, acreditando ter identificado o indivíduo a ser morto, chamou os dois comparsas, que logo depois chegaram ao local e dispararam cinco vezes – primeiro em Vinícius, depois em Luís Alberto.
Acolhimento a familiares
No âmbito do programa “Nêmesis”, a promotora Marina Lameira e seus assessores atenderam Maria Cristina Kochenborger Silva, mãe de Vinícius e esposa de Luís Alberto. A iniciativa do Ministério Público tem por finalidade proporcionar acolhimento e proteção a vítimas e familiares de crimes.
“Eles foram assassinados e tirados da minha vida por engano”, emociona-se Maria Cristina. “Até hoje ouço por aí que meu filho foi morto por ser traficante ou por não ter pago alguma dívida de drogas. Como mãe, agora só quero que seja revelada a verdade dos fatos e que informações erradas sejam corrigidas.”
A iniciativa faz parte do Programa Institucional de Acolhimento e Proteção às Vítimas, desenvolvido pelo MP-RS. No foco estão vítimas diretas e indiretas, desde a ocorrência do delito até o final do curso processual, resguardando-se da melhor forma os seus direitos. São instituições parceiras a Polícia Civil e o Poder Judiciário.
(Marcello Campos)