Segunda-feira, 27 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de março de 2024
Imagens divulgadas pelas autoridades mostravam socorristas exaustos.
Foto: Serviço de Emergência Ucraniano/DivulgaçãoAo menos 16 pessoas morreram e outras dezenas ficaram feridas após um ataque com mísseis russos na cidade portuária de Odessa, no Sul da Ucrânia, nesta sexta-feira (15), mesmo dia em que a Rússia realiza suas eleições presidências que darão à Vladimir Putin mais seis anos de mandato. Foram ao menos dois ataques, sendo que o segundo ocorreu quando equipes de emergência faziam o socorro das vítimas do primeiro bombardeio.
Os mortos incluíam um paramédico e um trabalhador do serviço de emergência. Outras 53 pessoas ficaram feridas, disseram autoridades. Pelo menos 10 casas em Odessa e equipamentos de serviço de emergência foram danificados no bombardeio, que causou um incêndio, de acordo com autoridades de emergência e o governador regional Oleh Kiper.
Imagens divulgadas pelas autoridades mostravam socorristas exaustos, cobertos de sangue, apagando as chamas e tratando os feridos.
A tática de disparar um segundo míssil no mesmo local, visando atingir os socorristas, é conhecida em termos militares como um duplo ataque. Tais bombardeio frequentemente atingem civis.
O governador decretou dia de luto na cidade no sábado, 16, o segundo em menos de duas semanas. Em 2 de março, um drone russo atingiu um prédio de vários andares, matando 12 pessoas, incluindo cinco crianças.
Desde o verão passado, a Rússia intensificou seus ataques a Odessa, uma cidade portuária do sul com uma população de cerca de 1 milhão de habitantes.
Os ataques têm como alvo principalmente a infraestrutura portuária, visando interromper a exportação de mercadorias depois que a Ucrânia conseguiu restaurar a navegação marítima com uma série de operações bem-sucedidas no Mar Negro. Autoridades de Moscou também afirmaram que estão mirando em instalações onde drones marítimos ucranianos são armazenados para ataques à frota do Mar Negro da Rússia.
“O terror russo em Odessa é um sinal da fraqueza do inimigo, que luta contra civis ucranianos em um momento em que não consegue garantir a segurança do seu povo no seu próprio território”, disse Andrei Iermak, um alto funcionário do governo ucraniano. Iermak se refere aos recentes ataques ucranianos e às incursões de milícias russas pró-ucranianas em território russo.
Os portos da região de Odessa foram fundamentais para o acordo internacional do ano passado que permitiu à Ucrânia e à Rússia enviar seu trigo para o resto do mundo.
Os moradores de Odessa falam predominantemente russo, e o passado da cidade está entrelaçado com algumas das figuras mais veneradas da Rússia, incluindo Catarina, a Grande, o autor Liev Tolstói e a poetisa Anna Akhmátova. Sua catedral ortodoxa pertence ao patriarcado de Moscou e — pelo menos até o Kremlin anexar ilegalmente a península da Crimeia vizinha em 2014 — suas praias eram amadas pelos turistas russos.
Enquanto isso, na região fronteiriça russa de Belgorod, o governador regional Viacheslav Gladkov disse que um membro das forças territoriais de defesa regional foi morto e duas pessoas ficaram feridas em bombardeios ucranianos também nesta sexta.
Durante a noite na Ucrânia (tarde de ontemno Brasil), duas pessoas também foram mortas e três ficaram feridas na região central de Vinnitsia depois que a Rússia atingiu um prédio com um drone, de acordo com o governador regional Serhii Borzov.
A força aérea ucraniana disse ter abatido todos os 27 drones Shahed que a Rússia lançou sobre as regiões de Kharkiv, Vinnitsia, Kirovohrad, Mikolaiv, Khmelnitski e Kiev.