Sábado, 28 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 29 de maio de 2020
O ministro Abraham Weintraub se manteve em silêncio em depoimento na manhã desta sexta-feira (29) no Ministério da Educação. Durante o interrogatório, o titular da pasta não respondeu a perguntas. Disse que desejava fazer uso do direito constitucional de permanecer calado. O depoimento era parte das investigações do chamado “inquérito das fake news”, aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A ordem para que Weintraub prestasse depoimento partiu do ministro Alexandre de Moraes, do STF, responsável pelo inquérito, que apura a disseminação de notícias falsas e ameaças aos ministros do tribunal.
O objetivo do depoimento era esclarecer a manifestação de Weintraub na reunião ministerial de 22 de abril, cujo conteúdo se tornou conhecido na semana passada.
O ministro defendeu a prisão de ministros do STF, chamados por ele de “vagabundos”. “Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF”, declarou o ministro na ocasião.
O governo tentou impedir o depoimento de Weintraub. O ministro da Justiça, André Luiz Mendonça, entrou com um habeas corpus preventivo no Supremo para tentar suspender o depoimento.
André Mendonça argumentou que não existe relação entre o objeto do inquérito e o exercício da liberdade de expressão.
PGR
O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu, nesta sexta, a inclusão do termo de depoimento do ministro da Educação, Abraham Weintraub, nos autos do habeas corpus do governo federal que reivindica a suspensão do “inquérito das fake news”.
O PGR solicitou ainda uma cópia do documento em que o ministro do STF, Alexandre de Moraes, determinou o depoimento de Weintraub.
Segundo Aras, após a inclusão de ambos, ele se manifestará sobre o pedido do governo Bolsonaro de trancamento da investigação que, nesta semana, atingiu deputados, empresários, youtubers e outros apoiadores do presidente.
Mandados de busca e apreensão
André Mendonça também estendeu o pedido a todos os alvos de mandados de busca e apreensão no inquérito. Na última quarta (27), a PF cumpriu 29 mandados de busca e apreensão contra 17 pessoas.
Aliados do presidente Jair Bolsonaro foram alvos da operação, entre os quais o presidente do PTB, Roberto Jefferson, e o empresário Luciano Hang (dono da rede de lojas Havan). Eles negam irregularidades.