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Por Redação O Sul | 27 de julho de 2023
Em meio à greve de atores de Hollywood, nem todos os artistas conseguem sobreviver sem trabalho. E, como os grandes astros são minoria, a classe precisa se ajudar. Por isso, Dwayne Johnson, estrela da franquia Velozes e Furiosos e de Adão Negro, fez uma contribuição financeira histórica para o SAG-AFTRA, sindicato que fornece assistência aos artistas durante a greve.
De acordo com o jornal The Guardian, de Londres, a doação girou em torno de US$ 1 milhão, cerca de R$ 4,8 milhões, como resposta a uma carta enviada pelo presidente do sindicato, Courtney B. Vance, a 2.700 cinemas. “Quero agradecer a Dwayne por sua tremenda generosidade e iniciativa de avançar dessa maneira significativa para nossa comunidade. Em nome dos milhares que serão ajudados por sua doação histórica, obrigado”, agradeceu Courtney Vance.
Greve em Hollywood
Mais conhecido como The Rock, Johnson foi um dos atores mais bem pagos de Hollywood na última década, segundo a Forbes. Sem fins lucrativos, o SAG-AFTRA administra uma variedade de programas de assistência aos membros do sindicato de atores. O sindicato americano anunciou a greve da categoria no dia 13 de julho de 2023, após o fracasso das negociações contratuais com os estúdios de Hollywood.
Com esse gesto, os artistas se juntam ao bloqueio do Sindicato de Roteiristas (WGA) para reivindicar melhores condições de trabalho, pagamento justo de royalties residuais de plataformas de streaming, transparência no processo de cálculo desses valores e regulamentação do uso de inteligência artificial (IA).
Esta é a maior greve em Hollywood nos últimos 60 anos. De um lado, atores e roteiristas reivindicam melhores salários e a limitação do uso de tecnologias de inteligência artificial. Do outro, grupos de mídia que acumulam prejuízos bilionários e sonham usar cada vez mais soluções de IA para reduzir os custos.
Ou seja, as chances são mínimas de que a greve seja resolvida em um curto espaço de tempo. Inclusive, há boas chances de que ela se arraste até o ano que vem, o que levaria ao atraso de lançamentos aguardados como a Casa do Dragão e The White Lotus de 2024 para 2025.
Um cenário de constantes reprises na TV aberta americana, que já vinham perdendo espectadores e anunciantes, somado a menos lançamentos no streaming e potencial perda de assinantes nas plataformas podem ser devastadores para o setor. Menos publicidade, menos assinantes e menos dinheiro para empresas que na última década viram suas margens de lucro despencarem e as dívidas dispararem.
Empresas como Disney e Warner Bros. Discovery, que já sofrem com dívidas enormes, teriam de tomar medidas ainda mais radicais de redução de custos mesmo após milhares de demissões e cortes de produções.
Mesmo o lançamento de obras já concluídas poderia ser suspenso, já que os atores não podem participar das campanhas de divulgação dos filmes e séries. Para os grevistas, o risco é repetir o que viveram os mineiros ingleses em 1984.
A primeira-ministra Margareth Thatcher comprou a briga com os trabalhadores e se negou a negociar por um ano. Esmagados pela falta de salários e com suas economias esgotadas, os mineiros voltaram ao trabalho desmoralizados. Além de não terem qualquer ganho significativo, ainda aceleraram o processo de migração da produção de minério do Reino Unido para países com minas mais eficientes