É “absolutamente possível” que Vladimir Putin, presidente da Rússia, aja “com pouco ou nenhum aviso” em ataque à Ucrânia, disse nesta segunda-feira (14) o porta-voz do Pentágono, John Kirby, em coletiva à imprensa. Ele afirmou ainda que os Estados Unidos acreditam que uma decisão final não foi feita pela Rússia.
“Ainda acreditamos que é possível e preferível um caminho diplomático”, disse ele. De acordo com Kirby, Putin continua a aumentar sua preparação e a se dar mais opções caso opte por uma abordagem militar. “Ele está fazendo todas as escolhas que você esperaria que ele fizesse para estar pronto para opção de ataque militar”, afirmou Kirby.
Também nesta segunda-feira, o governo ucraniano negou, de maneira enfática, informações publicadas em veículos de imprensa do Ocidente de que o presidente Volodymyr Zelensky teria dito que o seu país seria invadido pela Rússia no dia 16 de fevereiro, sugerindo que houve problemas de compreensão [e tradução] das palavras do chefe de Estado.
No centro da questão está um pronunciamento feito por Zelensky, na noite desta segunda-feira (14), no qual defende suas políticas de governo, a capacidade do Estado ucraniano de resistir a um ataque e reitera o desejo de resolver a atual crise com a Rússia de forma diplomática.
Na fala, o presidente afirma que seu país “está novamente sendo intimidado, e que a data para uma invasão militar está sendo marcada novamente”. Mais à frente, declara que “estão nos dizendo que o dia 16 de fevereiro será o dia do ataque” – desde a semana passada, veículos de imprensa dos EUA apontam que o presidente dos EUA, Joe Biden, teria mencionado a data durante reunião virtual com líderes aliados.
Nesta segunda-feira, alguns trataram o pronunciamento como se Zelensky estivesse reconhecendo o dia 16, na quarta-feira, como o dia do ataque, mas a interpretação foi rapidamente negada por integrantes do governo e mesmo jornalistas que acompanham, há mais tempo, os temas da região.
“O presidente se referia a uma data que foi divulgada pela imprensa. Não é nem uma data oficial, é só uma data que veio de alguns funcionários de governo, um vazamento”, afirmou à NBC News o porta-voz da Presidência, Serhiy Nikiforov.
Zelensky tem evitado replicar os alertas de governos ocidentais e afirma não ter sinais concretos de que as tropas russas planejam invadir seu país.
O porta-voz do Pentágono se recusou a precisar uma data para o ataque e considerou que isso “não seria inteligente”. “Não vou falar sobre questões específicas da Inteligência americana. Temos dito há algum tempo que a ação militar russa pode acontecer a qualquer momento”, afirmou Kirby, que garantiu que os EUA têm compartilhado as informações que obtêm com seus aliados.
Em relação às tropas enviadas para a Polônia, ele afirmou não haver “plano ou intenção” de que sejam deslocadas para a Ucrânia. As informações são dos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo e de agências internacionais de notícias.