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É falsa postagem com ofensas de Hamilton Mourão a Manuela D’Ávila

A fala foi erroneamente atribuída ao general durante as eleições de 2018 e voltou a viralizar recentemente. (Foto: Reprodução)

É falso que o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) tenha chamado Manuela D’Ávila de “irrelevante” e “patricinha”. A fala foi erroneamente atribuída ao general durante as eleições de 2018 e voltou a viralizar recentemente, atingindo ao menos 20 mil compartilhamentos no Facebook. A postagem foi checada pela plataforma Estadão Verifica, serviço de verificação de informações do jornal O Estado de S. Paulo.

A postagem afirma que Hamilton Mourão recusou-se a participar de debates com D’Ávila — na época, os dois eram candidatos a vice-presidente. A publicação segue dizendo que Mourão teria questionado: “Tem noção do preparo que é exigido para se chegar a general do Exército e agora ter de ficar debatendo com essa patricinha comunista de cabeça vazia?”

A assessoria de comunicação do vice-presidente informou ao Estadão Verifica que Mourão não disse essa frase. Também não há nenhuma menção na imprensa profissional de que ele teria falado isso, o que é um primeiro alerta para conteúdo enganoso. Uma referência direta de um candidato a outro teria sido noticiada.

Em 2018, Mourão participou do debate entre candidatos a vice-presidentes promovido pela revista Veja em 4 de setembro. Na época, o PT ainda defendia a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva para presidente e Fernando Haddad como vice. Haddad foi convidado, mas não participou.

Semanas depois, quando o PT desistiu da candidatura de Lula – impedido à época de concorrer por causa da Lei da Ficha Limpa – e fechou a chapa com Haddad e Manuela D’Ávila, a candidata participou dos debates promovidos pelo jornal El País, em 28 de setembro, e por UOL, Folha e SBT, em 2 de outubro. Mourão não compareceu a nenhum dos dois.

Procurada, Manuela D’Ávila destacou que foi alvo de ataques machistas durante a última campanha eleitoral, quando concorreu à Prefeitura de Porto Alegre pelo PCdoB. “Um levantamento conjunto entre a Revista AzMina e InternetLab apontou que no segundo turno das últimas eleições, 90% dos ataques analisados eram dirigidos a mim, a maioria mentiras viralizadas na campanha de 2018, como esta em questão”, disse.

Segundo o Estadão Verifica, “este boato foi checado por aparecer entre os principais conteúdos suspeitos que circulam no Facebook”. Ainda de acordo com o serviço, quando essas “verificações constatam que uma informação é enganosa, o Facebook reduz o alcance de sua circulação. Usuários da rede social e administradores de páginas recebem notificações se tiverem publicado ou compartilhado postagens marcadas como falsas. Um aviso também é enviado a quem quiser postar um conteúdo que tiver sido sinalizado como inverídico anteriormente”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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