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“É marca de uma boa política”

Reencontro em Pequim (Foto: Enio)

Paulo Guedes (Economia), sobre o aumento de gastos públicos ter sido temporário, voltado para a crise, e não permanente

Maia virou novo ‘engavetador-geral da República’

O quase ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia, que sonha em governar o Brasil em um regime “semipresidencialista”, como certa vez admitiu a esta coluna, adquiriu complexo de “primeiro-ministro” e passou a engavetar iniciativas do governo eleito nas urnas, impedindo-as de ir a votação. Assim, arrebatou de Geraldo Brindeiro, ex-PGR da era tucana, com todo “mérito”, o título de “engavetador-geral da República”. Nos seus estertores, impede a votação das reformas administrativa e tributária.

Ninguém mexe no meu

Mofa na mesma gaveta, desde 2019, a PEC que extingue penduricalhos nos salários do serviço público. Faz companhia à reforma administrativa.

Apego a privilégios

Aprovado no Senado por unanimidade, o projeto que acaba com o foro privilegiado para autoridades foi outro engavetado por Rodrigo Maia.

Vontade do povo ignorada

A prisão para condenados em segunda instância é outra iniciativa, entre tantas outras de combate à corrupção, que morrem na gaveta de Maia.

Quem está por trás?

O projeto de resolução aprovado no Senado, que anula a cobrança por malas em aviões, está na gaveta de Maia desde dezembro de 2016.

Ainda não há governantes oportunistas furando fila

Causa espanto a atitude cínica de governantes como o presidente da Argentina, Alberto Fernandez, que será o primeiro a receber vacina contra convid-19 em seus país, sob a desculpa de “dar exemplo”. No Brasil, não há notícia de políticos com essa cara-de-pau. Muito pelo contrário. O governador de Minas, Romeu Zema (Novo), por exemplo, acha que chefes de governo devem estar entre os últimos imunizados.

Capitão de navio

“O governante precisa ter a atitude de capitão do navio”, disse Zema. Para ele, como o capitão, o governante deve ser o último vacinado.

Boi de piranha

Zema vai mais longe. Para ele, é dever do governante mergulhar no rio cheio de piranhas para orientar a travessia mais segura para seu povo.

Primeiro da fila

Além do oportunista presidente argentino, o premiê Benjamin “Bibi” Netanyahu também decidiu que será o primeiro israelense imunizado.

Aqui, não, violão

No campo político, o ministro Paulo Guedes sempre teve o mérito de enfrentar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia sem medo, em suas tentativas de intromissão na área do Ministério da Economia.

Paulistanos se livraram

Kim Kataguiri (DEM-SP) ironizou os pedidos de doação de Guilherme Boulos para pagar “contas pendentes de campanha”. “Usando dinheiro público ele ainda conseguiu ficar devendo. Imagina o que ia fazer com a prefeitura?”, perguntou o deputado, aliás, com toda razão.

‘Exemplo’ canadense

O Canadá agora vem sendo citado como “exemplo” de país que soube negociar a tempo a compra de vacinas. É um país rico, quase sem pobreza e com 7 milhões de habitantes a menos que São Paulo. É mole.

Competência premiada

No lançamento do submarino Humaitá, o presidente elogiou Luiz Fernando Serra, diplomata a quem coube receber na Coreia do Sul uma comitiva de deputados, incluindo Bolsonaro. Seu profissionalismo e fidalguia impressionaram Bolsonaro. Hoje, Serra é embaixador em Paris.

Vergonha evitada

A decisão do Supremo Tribunal Federal de impedir a reeleição de Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre pode ter poupado a dupla de um vexame histórico: violentar a Constituição e perder a eleição.

Fake news liberada

Helder Salomão (PT-ES) espalha mentiras no Twitter, sem checagem da plataforma, dizendo que Lula foi condenado “apenas na Lava Jato de Curitiba”. O ex-presidiário já foi condenado pelo TRF-4 em duas ações e pelo Superior Tribunal de Justiça. Nenhum dos tribunais fica no Paraná.

Legislação esquizofrênica

A advogada Mérces Nunes, especializada em Direito Médico, aponta duas leis federais contraditórias: uma dá aos estados a autonomia para vacinação e outra dá a responsabilidade ao Ministério da Saúde.

Gota no deserto

Os Correios arrecadaram R$1,6 milhão em leilão de veículos bem usados. Parece muito, mas a venda de 92 vans e furgões é uma gota no deserto deficitário da empresa que tanto orgulhou o Brasil no passado.

Pensando bem…

…quem hoje defende vacinação atropelando a Anvisa, ontem dizia que a cloroquina não tinha comprovação científica.

PODER SEM PUDOR
Reencontro em Pequim

Em viagem à China, há anos, o saudoso senador Romeu Tuma encontrou casualmente o chefe de gabinete do Ministério da Justiça de FHC, José Gregori, também em viagem oficial, que trazia nas mãos um livreto de capa vermelha, um guia da “Cidade Proibida”, de Pequim. Ex-diretor do antigo Dops, Tuma brincou com o antigo militante dos direitos humanos: “O que é isso? O ‘Livro Vermelho’ de Mão Tse-Tung?” Gregori respondeu com graça: “Não. Mas há 20 anos o senhor não faria essa pergunta sorrindo e eu não a responderia sem estar com as pernas bambas…”
(Com André Brito e Tiago Vasconcelos)

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